Foi uma batalha de bastidores no governo, mas a Sinotruk venceu a etapa de tramitação burocrática para conseguir importar caminhões sem pagar uma carga maior de impostos e ter liberada a construção de sua fábrica em Santa Catarina.
A empresa chegou a ter parte de caminhões importados da China retida no porto até que o projeto fosse aprovado. A demora prejudicou a evolução de seus concessionários – alguns chegaram a deixar a marca em razão da dificuldade criada pelo governo com a tributação sobre caminhões importados.
“Vencidas estas questões vamos agora tocar o projeto da fábrica e reforçar nossa rede de concessionários”, disse Joel Anderson, diretor presidente da SBTC, cujo capital é formado por sócios brasileiros, o governo de Santa Catarina e uma subsidiária da chinesa CNHTC – um novo investidor deve se integrar ao grupo.
A autorização para a construção da montadora Sinotruk Brasil dentro do programa Programa Inovar-Auto foi homologada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em agosto passado.
Contou bastante para a aprovação do projeto pelo governo federal o envolvimento do governo de Santa Catarina, que busca desenvolver a indústria automobilística no estado. O trunfo comercial da Sinotruk, segundo seus diretores, é preço dos produtos, que podem ser até 30% mais baratos que similares nacionais.
Habilitada na categoria “Projeto de Investimento”, a SBTC Indústria de Veículos prometeu para este mês o início das obras de sua unidade fabril, localizada no município de Lages (SC), em uma área total de 1.000.007 m².
“A produção em escala da unidade fabril deve começar oficialmente em julho de 2016, mas, antes disso, a linha de montagem já terá cumprido uma fase de, pelo menos, um trimestre de produção de unidades de teste”, observou Anderson.
A previsão de investimento é de R$ 300 milhões na construção fábrica e equipamentos da linha de montagem. Estão previstos ainda um centro de distribuição de peças em Joinville, investimento em logística e desenvolvimento de rede, projeto que no total pode chegar a R$ 1 bilhão.
O terreno, doado pela prefeitura de Lages, faz parte de uma área industrial criada em parceria com o governo do Estado de Santa Catarina, denominada Parque de Inovação da Serra Catarinense, no Distrito de Índios.
As obras civis contemplam, entre outros, a construção do prédio que abrigará a linha de montagem, com 34.000 m² de área construída. A terraplenagem deverá ser encerrada em janeiro. A construção dos galpões deverá levar um ano.
Com capacidade produtiva instalada de 8.000 unidades/ano, a linha de montagem começará produzindo caminhões Sinotruk da linha extrapesada em regime de CKD. O volume produzido no primeiro ano de operação deverá ser de 1.800 unidades.
Até o final 2017, adequando-se ao que dita o Programa Inovar-Auto, a empresa planeja atingir o índice de 60% de nacionalização de componentes de seus caminhões e ampliar a gama de produtos ofertados, ingressando na linha de veículos comerciais médios e semipesados.
Até o fim 2017, planeja atingir o índice de 60% de nacionalização de componentes de seus caminhões, conforme o mínimo exigido pelo Inovar-Auto e pelo BNDES para aprovar financiamentos via Finame.
FONTE: Transporte Mídia