Além dos altos investimentos em educação, PIB de U$ 550 bilhões, IDH altíssimo, de 0,898, e renda per capta de US$ 18 mil, a Suécia também produz caminhões de qualidade. E também aqui no Brasil, onde as marcas suecas Volvo e Scania disputam lado a lado o mercado com fabricantes alemães, italianos, norte-americanos e, mais recentemente, chineses.
Mas na briga particular dos escandinavos, dois modelos digladiaram pela ponta no segmento dos pesados em 2009, ano do Nobel da Paz do presidente Barack Obama e da passagem de Michael Jackson para o hall dos mitos. O Volvo FH 440 e o Scania R 440 conquistaram clientes ,com seus atributos e ganharam prêmios, sendo que o primeiro chegou a ser o mais vendido daquele ano no segmento, com 3 819 unidades emplacadas, o equivalente a 27% de participação.
Mas, apesar de toda a glória, quem optar por esses veículos usados deve prestar atenção a algumas características, principalmente as negativas, no momento de fechar negócio. “De um modo geral, todo usado merece cuidado especial por parte do consumidor antes de efetuar a compra. Veja se aquele veículo passou pelas manutenções previstas e atendeu os chamados de recall, se o velocímetro não foi violado e se sofreu alguma batida forte”, indica Rodrigo Cruz, da RPC, especializada na venda de veículos usados de Belo Horizonte (MG).
No caso do Volvo FH, grande parte de seu sucesso deve-se à caixa de câmbio e a um motor de 440 cv que mantém sua fama de “subidor”. “Mas quando o assunto é conforto, este modelo deixa a desejar um pouco na absorção de impactos, lembrando que este modelo tem molas na cabine, e não bexigas de ar como o da Scania. Além disso, o espaço interno é bom, tem um capô bem baixo, contudo a cama original é muito mole”, observa o consultor Hélio David.
O concorrente da Scania, o R440, também tem lá suas ressalvas, como no câmbio Optcruise. “Há um delay (atraso) nas trocas de marcha de cerca de quatro segundos, que parece pouco, mas em uma ultrapassagem apertada ou em um top que necessite de uma troca ágil, causa um certo frio na barriga”, comenta Sebastião Couto, caminhoneiro com 25 anos de profissão e que já guiou pesados de várias marcas. “Por isso, posso comparar”, ressalta.
Érico Pimenta, estudioso sobre caminhões da marca e titular do blog Mídia Truck Brasil, lembra que em 2009 a Scania estava alavancando as suas vendas, principalmente da cabine Highline, porém ela tinha o motor R 470 que dava muito problema, porque era, na verdade, um motor de 440 cv com um sistema de turbo e computadores que forneciam a ele mais 30 cv para chegar aos 470 cv. “Mas não era muito bom na prática, pois ele dava problema de pressão de óleo. Isso gerou uma má fama para toda, Série R”, explica Pimenta. “Mas a fábrica percebeu isso, resolveu este problema na linha 2010 e retomou a confiabilidade por parte dos clientes”, acrescenta.
Indicado para aplicações como baú, caçamba, contêiner, frigorífico, tanque e cegonha, o R 440 faz parte da linha de cavalos mecânicos com piso plano e cabines maiores e mais confortáveis da família. Possui veículos com motor de 12 litros que desenvolve 420, 440 e 470 cv e torque de 200, 214 e 224 mkgf, respectivamente. A exceção fica para o R 500, equipado com motor de 16 litros com 500 cv a 1 900 rpm e torque de 240 kgfm.
O Volvo FH 440, por sua vez, faz parte da tradicional família de cavalos mecânicos oferecida com motores a partir de 400 cv, configurada com eixos 4x2, 6x2 e 6x4. A linha é a que abriga o caminhão mais potente vendido no Brasil atualmente, o FH 750, indicado para atuar no transporte de cargas indivíseis. Na hora de encomendar, o transportador ainda tem opção de distâncias entre-eixos, que variam de 3 200 mm a 3 700 mm. Apesar de entregar mais potência e força na comparação à geração anterior, os motores do FH são 20 kg mais leves, além de mais resistentes.
Os caminhões da linha FH asseguram ao frotista rentabilidade, produtividade e robustez. Isso porque o motor entrega torque mais elevado em uma faixa mais ampla de giros que, em consequência, reduz trocas de marcha durante a viagem e mantém o consumo em níveis aceitáveis.
FONTE: Transporte Online