Facchini

"Algumas empresas estão paralisando caminhões e dispensado funcionários", diz presidente da Fetrancesc

As más condições das estradas agravam a situação. Em entrevista ao Diário Catarinense, Pedro Lopes alertou que já há empresas dispensado funcionários e que os aumentos serão sentidos pelo consumidor.

A Federação está apoiando a manifestação no Extremo Oeste?
As reivindicações são justas. Nós estamos observando esse movimento que nasceu no extremo oeste catarinense que está em sintonia com as necessidades dos transportadores autônomos, empresas e cooperativas. Houve um aumento de custos nos combustíveis, a Cide ameaça retornar, há uma insegurança com o seguro desemprego e o governo atira custos que eram de sua responsabilidade para cima das empresas. Outro ponto é a necessidade de melhoria nas BRs 282 e 158. O atraso na liberação da ponte na BR 158 (divisa entre SC e RS), também trouxe um custo alto com o aumento dos trajetos de desvio. O movimento é pacífico e não está trancando a passagem. A federação não apóia o fechamento das rodovias.

Os manifestantes reclamam que o aumento dos combustíveis tornou o frete inviável, é isso mesmo?
Por todos esses custos, pelo aumento do diesel e ineficiência das estradas chegamos a um estudo que aponta a necessidade de um reajuste de 12% no frete e nossos embarcadores não estão querendo aceitar esse repasse. O movimento é uma advertência de que a situação pode ficar mais drástica. Algumas empresas estão paralisando seus caminhões e dispensando funcionários. Só uma empresa do Vale do Itajaí dispensou 120 funcionários. Um levantamento que fizemos com cooperativas de transportadores do Oeste apontou uma redução de 12 a 15% do faturamento no mês passado.

Mas agora parece difícil recuar no preço dos combustíveis?
O barril de petróleo chegou a estar a 120 dólares e agora está a 50, 55 dólares. Não justificaria esse aumento. O aumento dos combustíveis traz outros reajustes como pneus, lubrificantes e peças. Isso é custo que vai ser repassado para o produto final. Quem vai acabar pagando é o consumidor.

As reivindicações da categoria parecem difíceis de serem atendidas no momento.
Há um acúmulo de situações. As obras pararam. Na BR 280 é só limpeza. A BR 470 está parada. Não se fala mais na melhoria da BR 158 e da BR 282. Não se fala em duplicação. Tem pontos que precisariam de melhoria para evitar vítimas e perda de equipamentos. O que pedimos das autoridades é atenção e diálogo para buscar uma solução.
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