Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Manoel Sousa Lima Junior, o aumento do preço do combustível "vem em péssima hora". A afirmação foi feita ao Portal Exame, em matéria que trata da volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e seu impacto sobre o custo do frete.
Manoel Sousa Lima ressalta que o Brasil tem o combustível mais caro do mundo - cerca de 15% acima do cobrado no mercado internacional. "Deveríamos acompanhar a baixa do barril do petróleo. Tudo bem colocar a Cide, mas não dá para manter o preço distorcido, mais a Cide. Isso atrapalha o transporte como um todo e já temos um problema de demanda mais fraca", afirma.
Segundo ele, a perspectiva é de que a demanda continue fraca em 2015. No ano passado, os preços do frete chegaram a cair 40%, aponta. "Não vemos melhora este ano", diz Lima Junior, citando, além da tributação sobre o combustível, a previsão de aumento do custo de energia como complicador.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o analista do BB-Banco de Investimentos, Mário Bernardes Junior, ressalta que as empresas do setor de transportes estão acostumadas com esse tipo de volatilidade. "Elas vão se adaptar e buscar eficiência de outras maneiras. Em cenários de ajuste, ele vem para todos. Isso vai ser benéfico lá na frente", afirma. Segundo ele, empresas que já tenham feito o "dever de casa", como Tegma e JSL, estarão mais bem preparadas para enfrentar o novo cenário.
FONTE: Frota e Cia