Os bloqueios promovidos por caminhoneiros autônomos e empresas do setor de transporte e logística do país afetaram 124 pontos de estradas federais no fim da tarde desta terça-feira, de acordo com balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). As paralisações cresceram ao longo do dia a atingiram nove Estados. A região Sul era a mais afetada até as 17h.
No primeiro boletim, divulgado pela manhã, os bloqueios atingiam seis Estados e havia paralisações em 69 pontos. Os protestos, contudo, são mais abrangentes e também afetam estradas estaduais, que não são contabilizadas pela PRF.
A polícia entrou com ações em na Justiça Federal em vários Estados, junto com a Advocacia Geral da União (AGU), para julgar a legalidade dos bloqueios. O órgão espera a expedição das liminares entre hoje e amanhã para poder negociar com os caminhoneiros. Não havendo diálogo, a PRF não descarta a utilização da Tropa de Choque para liberar as vias, de acordo com a assessoria de imprensa.
No Rio Grande do Sul, os bloqueios afetavam estradas que passam por 31 municípios. Em Santa Catarina, mais 23 cidades tinham semelhante problema, enquanto no Paraná 20 municípios registravam paralisações. Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso também tinham pontos de rodovias federais bloqueadas.
O primeiro bloqueio aconteceu na tarde de quarta-feira da semana passada, dia 18, na BR-363, na altura de São Miguel do Oeste, em Santa Catarina. Já naquele dia, os caminhoneiros, autônomos, reclamaram que a alta dos custos de transporte nos últimos meses, em especial do óleo diesel, somado ao recuo do preço do frete pago pelas tradings neste ano eram as causas da paralisação. Com a queda das cotações das commodities ao longo do ano passado, as empresas dimunuíram o preço do frete, que é fixado em contratos separados.
O aumento de custos e o consequente retorno menor pelo serviço de transporte aparece entre as principais reivindicações dos caminhoneiros, que iniciaram os bloqueios de forma autônoma e desvinculada de sindicatos patronais e de trabalhadores.
FONTE: Valor Econômico