Apesar de uma determinação judicial proferida nesta quarta-feira (25), os caminhoneiros continuam bloqueando 10 trechos das BRs 163, 364 e 070, em Mato Grosso, nesta quinta-feira (26). Eles alegam que ainda não foram notificados da decisão da 3ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso e ainda prometem continuar a interdição mesmo após a notificação. "Se existir uma decisão, vamos resistir", disse um dos líderes do movimento da região de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, Gilson Baitaca. As interdições no estado começaram há oito dias.
Ele alegou que quem representou o movimento em reunião com o governo federal nesta quarta-feira não tinha legitimidade para tanto. Segundo ele, o acordo de liberação das rodovias federais em todos os estados não foi feito com o aval dos caminhoneiros. "Essa pessoa nunca teve um caminhão, então não tem legitimidade para representar os caminhoneiros", declarou.
Na reunião realizada ontem, o governo federal prometeu aprovar a nova 'Lei dos Caminhoneiros', reduzir o valor do pedágio cobrado de caminhões sem carga; carência de 12 meses para a compra de caminhões, além da garantia de que não haverá aumento no preço do diesel nos próximos seis meses. No entanto, para fazer essas mudanças, o governo exigiu o desbloqueio imediato das rodovias.
Ocorre que, de acordo com o empresário do ramo de transporte de carga, a categoria tem outras demandas que estão sendo tratadas com o governo do estado, entre elas a redução da carga tributária do estado, a partir da redução de 17% para 12% da alíquota do ICMS cobrada sobre o óleo diesel. Conforme o governo do estado, um estudo está sendo feito para verificar a viabilidade de haver essa redução. Porém, o estudo só deve ficar pronto em 30 dias.
Os caminhoneiros também protestam contra o aumento do preço do diesel e a redução do valor do frete, em 25%, se comparado ao ano passado.
Na terça-feira (24), após reunião entre representantes do movimento e do governo do estado, ficou estabelecido que seria permitido o tráfego de veículos com cargas de combustível e de alimentos perecíveis. Contudo, em alguns trechos o acordo não vem sendo cumprido por falta de 'compreensão' de alguns caminhoneiros, conforme Baitaca.
Pior ainda, em outros trechos, como na BR-364, em Diamantino, a 209 km, os manifestantes estão impedindo a passagem de qualquer veículo, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Durante a noite, três trechos em Sinop, Sorriso [BR-163] e Primavera do Leste [BR-070], foram liberados. Mas, no início da manhã, os caminhoneiros retomaram as interdições.
Há interdições nos seguintes municípios: Rondonópolis (BR- 364, no km 196), Cuiabá (BR-364, no km 397), Diamantino (BR-163, no km 588), Nova Mutum (BR-163, no km 593), Diamantino (BR-163, no km 614), Lucas do Rio Verde (BR-163, no km 686), Sorriso (BR-163, no km 745), Sinop (BR-163, no km 845) e Primavera do Leste (BR-070, no km 274 e 285).
FONTE: G1