Mais manifestações de caminhoneiros estão previstas para os próximos dias, inclusive durante o feriado de Carnaval. A categoria planeja fechar trechos das BRs 101 e 262 em protesto contra o aumento no preço dos combustíveis – principalmente, do óleo diesel – e das tarifas de pedágio, além de reajuste no valor pago pelo frete.
Ao longo desta semana, grupos de caminhoneiros autônomos realizaram protestos em trechos das rodovias federais que cortam o Estado para chamar a atenção a suas reivindicações. A categoria bloqueou partes da BR-101, em Atílio Vivácqua, Viana e Cachoeiro do Itapemirim.
Agora, os caminhoneiros organizam mais paralisações para esta quinta-feira (12), madrugada de sexta (13) para sábado (14) e de quarta (18) para quinta (19). Os pontos previstos são em Viana, Iconha, Rio Novo do Sul, Safra (região de Cachoeiro de Itapemirim), Atílio Vivácqua (KM 427) e em Pedro Canário.
“A gente não quer atrapalhar motoristas de carros pequenos. Vamos paralisar só veículos de carga. A gente não quer causar incomodo a população”, explicou o caminhoneiro autônomo, Bira Nobre Carlos, um dos organizadores. Segundo ele, automóveis, ambulâncias e ônibus não serão impedidos de trafegar nos trechos onde serão realizados os protestos.
As manifestações dos caminhoneiros são para demonstrar a insatisfação com o aumento do preço do combustível, principalmente, no caso da categoria, do óleo diesel, da tarifa de pedágio e por reajuste no preço do frete.
“O frete, há muito tempo, não é reajustado”, frisou. De acordo com ele, antes os caminhoneiros ficavam com 50% do valor do frete para sustentarem suas famílias, além de realizar a manutenção e abastecimento do caminhão. Agora, conta ele, o que sobra a categoria é cerca de 20% para arcar com essas despesas.
Sindicatos não participam
O superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado (Transcares), Mário Natali, explicou que o sindicato reconhece e compreende as reivindicações dos caminhoneiros autônomos, mas que “não apoia a paralisação das nossas estradas”.
De acordo com ele, é preciso buscar alternativas para construir soluções para esses problemas enfrentados pelos caminhoneiros, como insuficiência logística e falta de locais para descanso dos caminheiros (conforme prevê a legislação) e que o sindicato tem conversado com o Governo Federal. Natali revelou que estudos estão sendo realizados e que há previsão de aumento no valor do frete entre 12 a 15%, por conta do reajuste no combustível. “A vida de um caminhoneiro é bastante difícil”, frisa ele.
Já a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) informou que não foi informada sobre essas paralisações e que também não está participando das manifestações.
FONTE: ES Hoje