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Entidades negam participação em bloqueios de rodovias e protesto afeta comércio de carnes

Citado como organizador da mobilização dos caminhoneiros contra o aumento no diesel e por reajuste no frete, o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) informou nesta segunda-feira, (23/2), que apenas apoia as ações que resultaram no bloqueio de rodovias em pelo menos seis Estados, mas não participa diretamente de nenhuma ação.
Em nota em seu site, a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) também negou participação nos bloqueios. "A Abcam não está conclamando os caminhoneiros autônomos para participarem de nenhuma paralisação, muito menos para serem o bode expiatório de movimentos motivados por insatisfações políticas de quem quer que seja", informa nota assinada pela diretoria. E acrescenta: "Não lançamos nossos irmãos caminhoneiros em aventuras e quimeras apenas para satisfazer o ego, o ódio e o inconformismo de ninguém."
Já o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Minas Gerais (Sindtac-MG), Antonio Vander Silva Reis, disse ter tomado conhecimento dos fatos pela imprensa - no Estado, a rodovia Fernão Dias, principal ligação com São Paulo, está bloqueada. "Nosso sindicato não aderiu e não está tendo participação até porque não foi convidado", disse.

Consequências
Os produtores e empresas do setor de carnes suína e de frango estão sendo prejudicados pelos diversos protestos e bloqueios de estradas feitos por caminhoneiros em todo o país. De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o abastecimento de insumos e a liberação de cargas perecíveis do segmento não estão sendo feitos.
Conforme Turra, empresas alertam que há paralisação total em importantes rodovias de escoamento de insumos e da produção de aves e suínos, caso da BR 282 (Santa Catarina) e da BR 153 (Rio Grande do Sul). "Articulamos durante todo o fim de semana alternativas e soluções junto aos governadores e secretarias estaduais, para diminuir os prejuízos aos produtores e às empresas. Estamos pleiteando ao poder público federal ações urgentes. A greve está castigando a produção de alimentos e afetando a segurança alimentar do país", enfatizou, em nota.
Além das operações internas, as paralisações também podem afetar as exportações. O período já não está tão favorável às vendas externas. Em janeiro, os embarques, em volume, de carne suína caíram 19,1% ante o mesmo período do ano passado e recuaram 9,8% em frango, conforme dados da própria ABPA. "Estamos em um período de recuperação, após o desempenho negativo registrado, no mês de janeiro, em aves e suínos. Há grande preocupação, neste sentido, quanto aos impactos econômicos que a possível redução dos embarques poderá causar", declarou Turra.
FONTE: Globo Rural
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