Estudo elaborado pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) aponta que os fretes praticados por empresas têm uma defasagem de 14,1% com relação aos custos efetivos da atividade.
Conforme a entidade, a diferença decorre, principalmente, da inflação sobre insumos do setor, além de perdas que vêm se acumulando ao longo dos últimos anos.
O levantamento foi apresentado em reunião do Conet (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado), realizado no dia 26 de fevereiro, em Salvador (BA).
“Nós recomendamos que as empresas renegociem os valores, porque, do contrário, a atividade fica impraticável”, explica o coordenador do Decope (Departamento de Estudos Técnicos e Econômicos) da entidade, Neuto Gonçalves. Ele explica que o levantamento é feito por meio de um comparativo entre os valores cobrados por aproximadamente 250 empresas e a tabela de custos elaborada pela própria entidade.
De acordo com a NTC&Logística, entre os itens que vêm pressionando as despesas dos transportadores estão o aumento das restrições à circulação de veículos nos centros urbanos, barreiras fiscais, ineficiência de terminais de embarcadores, questões trabalhistas e o aumento significativo de exigências operacionais, comerciais e financeiras por parte dos clientes. Somam-se a isso as precárias condições da infraestrutura enfrentadas pelas empresas e a escassez de mão-de-obra qualificada, que registra atualmente uma falta de 106 mil motoristas no mercado.
O litro do óleo diesel, por exemplo, sofreu dois reajustes em menos de quatro meses: o primeiro em novembro de 2014 e o segundo em 1º de fevereiro de 2015. A entidade estima que, juntos, os aumentos reflitam em aproximadamente 4% no preço do frete.
A insegurança também impacta nos custos. Para evitar roubo de cargas, as empresas têm sido obrigadas a investir recursos pesados no uso de escoltas e planos de gerenciamento de risco.
FONTE: Agência CNT