Acompanhando o mercado de caminhões, o ano também começou difícil para o setor de implementos rodoviários: as vendas de janeiro ficaram 34,3% abaixo do resultado verificado em mesmo mês de 2014, passando de 12.637 unidades para 8.292, de acordo com dados divulgados na sexta-feira, 6, pela Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. O emplacamento de pesados – reboques e semirreboques – apresentou a maior queda no comparativo anual, de 54,2%, ao registrar a venda de 2,2 mil unidades, enquanto o segmento leve – carroceria sobre chassi – teve retração de 22%, para pouco mais de 6 mil unidades.
“Esse primeiro resultado, mesmo que registrado em um período tão curto, sinaliza que diante do atual cenário da economia em geral e de crédito para o setor, 2015 poderá ser mais um período difícil para a indústria produtora de implementos rodoviários. Poderemos ter mais um ano de retração com queda entre 5% e 10%, salvo se surgirem medidas que venham a dar suporte à tão ansiada retomada nos negócios”, afirma Alcides Braga, presidente da Anfir.
Para Braga, o primeiro fator que aponta para essa perspectiva é o desaquecimento geral da economia brasileira. Citando dados do IBGE, os dados referentes a 2014 mostram que a produção da indústria recuou 2,8% em dezembro na comparação com o mês anterior, o que resultou em uma queda acumulada de 3,2%, o pior resultado desde 2009 quando a retração foi de 7,1%, em meio à crise financeira internacional.
Mario Rinaldi, diretor executivo da entidade, lembra que o setor depende efetivamente do desempenho de todos os segmentos da economia: “A baixa produção em qualquer um dos elos da cadeia produtiva ou na realização de negócios com o mercado externo, causada pela redução geral na atividade econômica afeta diretamente o segmento da indústria de bens de capital onde o implemento rodoviário está inserido”, afirma.
O reaquecimento dos negócios no setor também esbarra nas novas regras do Finame PSI, linha do BNDES, que reduziu a participação nas operações de financiamento de implementos rodoviários e que vai impactar diretamente no segmento pesado. Já no segmento leve, as vendas deverão seguir em baixa influenciadas pelo desempenho geral da economia.
“Para cobrir a parcela que falta no financiamento as empresas terão que buscar uma solução para financiar o restante do bem, seja buscando empréstimos nos bancos privados, seja utilizando recursos próprios”, diz o presidente da Anfir. “Porém considerando o fraco desempenho da economia em 2014 e os resultados negativos registrados pelas empresas, muitas não estão com caixa para investir e as que possuem recursos deverão preferir manter seu montante intacto caso a economia em 2015 também não responda bem”, analisa Braga.
“Podemos esperar um comportamento conservador por parte dos empresários na hora de traçarem seus planos de aquisições de produtos e renovações de frotas”, completa Rinaldi.
FONTE: Automotive Business