O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, declarou nesta quinta-feira, após reunião com presidentes de montadoras, que o governo está avaliando aumentar o limite para o financiamento de caminhões com taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo ele, o governo também está discutindo a possibilidade de lançar um novo programa de renovação da frota de pesados.
Atualmente, o limite para o financiamento com as taxas do PSI é de 50%, para grandes empresas, e de 70% do valor do bem, para empresas de porte menor. O cliente, entretanto, pode financiar até 90% do valor, complementando a taxa do PSI com taxas de mercado. Monteiro não deu, contudo, nenhum número para quanto essa participação poderá ser elevada. De acordo com ele, o objetivo de aumentar o limite é oferecer condições para que as vendas de caminhões possam crescer.
Em relação ao programa de renovação da frota, o ministro afirmou que não sabe se será ainda para este ano. Ele defendeu que a renovação significa não apenas ativar as encomendas de caminhões, mas aumentar a eficiência e ganhos de produtividade no sistema de transporte brasileiro. Para Monteiro, tanto a renovação quanto o aumento do limite do PSI não afetam o ajuste fiscal em andamento.
Crise
Mesmo com quedas nos licenciamentos e produção superiores a 20% no primeiro bimestre de 2015, o ministro disse não considerar que o setor automotivo brasileiro está passando por uma crise. Monteiro avaliou que há apenas uma queda do nível de atividade e das vendas.
"Crise (no setor automotivo) passa longe, porque temos mercado interno de grande dimensão. O Brasil é um dos cinco principais mercados do mundo. Portando, com mercado dessa dimensão, não podemos falar de crise", afirmou. Monteiro disse que o governo vem acompanhando de perto as demissões no setor. De acordo com ele, "estamos cientes de que as empresas têm feito esforços para manter o quadro de funcionários".
Na avaliação do ministro, as montadoras têm feito programas "adequados", como concessão de férias coletivas, lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e programas de demissão voluntária (PDVs). "Espero que, na medida em que ajuste macroeconômico se complete, tenho certeza que vamos ter retomada das vendas ainda este ano", previu.
FONTE: Estado de Minas