Imagens da BR-230, conhecida como rodovia Transamazônica, no sudeste do Pará, mostram caminhões atolados na lama. De acordo com um servidor público, que esteve no km 205 da BR-230, entre os municípios de Uruará e Rurópolis, os motoristas acabam ficando presos na estrada. "Chegamos aqui às 9h e já são 14h35 e nada. Um caos total", disse em vídeo gravado na última quarta-feira (15).
O G1 já entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção da rodovia, e aguarda posicionamento.
Uma outra funcionária pública, que pediu para não ser identificada, ficou indignada com a situação. "A situação é de desespero, muita tristeza. Já são 10 km de caminhões enfileirados. As pessoas passam fome e sede, dormem em cima dos caminhões. Fiquei horrorizada e ninguém toma nenhuma providência", relata.
O período de chuvas na região agrava o problema, por deixar a estrada alagada. Em março, uma cratera se abriu no km 40 da rodovia BR-230 e impediu o acesso por via terrestre a Rurópolis. Um micro-ônibus que trafegava pela rodovia chegou a cair na cratera e tentou ser resgatado com ajuda de outro veículo, mas o cabo usado para puxá-lo cedeu, fazendo com que ele fosse arrastado pela força das águas. O motorista e os passageiros foram resgatados e ninguém se feriu.
Problema antigo
As péssimas condições de trafegabilidade da BR-230 se prolonga desde sua abertura, ainda na década de 1970, no governo de Emílio Médici. Pelo projeto original, a estrada se estenderia por oito mil quilômetros e ligaria o Atlântico ao Pacífico, atravessando toda a América do Sul de leste a oeste. O plano foi modificado para um projeto que chegaria apenas até a fronteira do Brasil com o Peru, mas as obras pararam bem antes. Mesmo assim, com 4.223 quilômetros de extensão, a Transamazônica é uma das maiores rodovias do mundo. Ela atravessa sete estados (Paraíba, Ceará, Maranhão, Tocantins, Piauí, Pará e Amazonas), corta 63 municípios e passa por três ecossistemas.
FONTE: G1