Após uma semana do incêndio nos tanques de combustível, em Santos (SP), transportadoras da região estão buscando alternativas para não ficarem parados na estrada. As empresas estão sentindo as consequências do bloqueio na Rodovia Anchieta (SP-150) e a previsão da concessionária é de que a rodovia fique fechada para caminhões até a sexta-feira (8). Dessa forma, poucos caminhoneiros têm conseguido permissão para chegar ao porto.
O bloqueio ocorre no km 39, na interligação da via Anchieta. Os caminhões que vão para a margem direita do porto de Santos não podem descer a serra. A exceção é para os veículos que transportam cargas perecíveis e medicamentos. Já a margem esquerda, para o Guarujá (SP), está liberada.
Uma das alternativas é mudar a rota e andar um pouco a mais até o porto de São Sebastião (SP). Foi o que fez a empresa em que Augusto César Seccarini trabalha, em Porto Ferreira (SP). Por dia, cinco caminhões descem a serra para buscar matéria prima para a fabricação de vidro. O percurso aumentou em 100 quilômetros e ainda assim compensa, pois não há atraso nas entregas.
“Eu entrei em contato com a empresa em São Paulo para a qual nos transportamos a matéria-prima e me passaram a programação alterada. Tive que fazer mudanças na logística para direcionar os caminhões para outro lado”, disse Seccarini.
O chefe de transporte explica que, no entanto, nem todos os produtos podem ser descarregados em São Sebastião. “O complicado é quem está transportando açúcar, os grãos que vêm do Mato Grosso e de Goiás e não tem acesso para descarregar. Então o motorista não sabe quando vai descarregar uma carga, quando já poderia estar retornando com outra”, falou Seccarini.
Problemas
Os dez caminhões de uma transportadora em Matão (SP) estão prontos para sair, mas não podem deixar o pátio. “Estou com 10 caminhões parados e tenho 15 veículos vindo de Itumbiara, sentido Santos, e vou ter que parar eles também. Inclusive temos também caminhões parados no porto de Santos, no ecopátio. Ficam parados lá até liberar a descida para Santos”, disse o gerente de logística, Hugney Berniche.
Para Berniche, caminhão parado é prejuízo certo. “Em torno de R$ 2 mil por dia por veículo, é um prejuízo significativo já que estamos em uma situação não muito legal”, reclamou.
A restrição também reflete no trabalho dos caminhoneiros, que ganham menos por isso. “Nós temos diária conforme trabalhamos. Se o caminhão ficar parado, vamos receber o salário da carteira, e aí é cortada a nossa hora extra também”, comentou.
FONTE: G1