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Iveco investe R$ 650 milhões até 2016

A Iveco, sexta marca do mercado nacional de veículos comerciais, está investindo R$ 650 milhões dentro de um programa lançado no país em abril do ano passado e que vai se estender até o fim de 2016. A maior parte desse montante ¬ cerca de 40% do total ¬ será destinada à nacionalização dos caminhões produzidos no parque industrial de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
As condições desse mercado hoje são péssimas, mas a empresa quer minimizar sua exposição às oscilações do câmbio e ganhar flexibilidade na administração dos fluxos de produção ao atrair o maior número possível de fornecedores para o entorno da fábrica.
Na média, os veículos da Iveco já têm índices de peças nacionais superiores a 60%, o que lhes garante acesso às melhores condições do Finame, a linha de financiamento a bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que oferece as taxas mais baratas do mercado. Depender dos importados para, em alguns modelos, preencher 40% dos insumos utilizados na produção torna¬se, no entanto, uma situação perversa em momentos de valorização do dólar, como o atual. A meta, então, é elevar o percentual de componentes nacionais dos caminhões da marca para algo na faixa de 70% a 80%.
“Estamos falando em investimento para tornar a Iveco mais brasileira do que ela já é”, diz Vilmar Fistarol, presidente na América Latina da CNH Industrial, o braço do grupo Fiat que absorveu a Iveco na reestruturação promovida pela multinacional italiana que separou o negócio de automóveis das operações de veículos comerciais, tratores agrícolas e máquinas de construção.
No momento, o grupo está em negociação com fabricantes de autopeças que poderão se instalar no distrito de fornecedores recém¬criado ao lado da fábrica. Em outubro, a empresa realizou o primeiro encontro com 40 empresas interessadas em assumir parte de um volume de compras que soma R$ 1,7 bilhão a cada ano. Na primeira etapa do projeto, pretende¬se colocar 20 fornecedores no parque de fornecedores. Sete deles já reservaram espaço no local.
A ideia é levar para lá fabricantes de peças cuja escala e complexidade de logística justifiquem a proximidade às linhas de montagem, bem como reunir num único ponto fornecedores que estão dispersos na região ¬ boa parte deles com dificuldades de acesso à fábrica da Iveco, cuja estrada corta áreas urbana, reduzindo a velocidade do transporte.
Entre os itens que estão nos planos de produção local da marca, Fistarol cita sistemas mecânicos das cabines dos caminhões, além de peças de chassis, transmissão e suspensão atualmente importadas da Europa ou da China. O executivo diz que o projeto está sendo conduzido junto com “uma centena” de fornecedores, incluindo, sem citar nomes, grandes multinacionais sistemistas.
Independentemente da situação do câmbio ou da competitividade ¬ muitas vezes pior da indústria de suprimentos brasileira em relação à concorrência internacional ¬, o chefe da CNH na região diz que o grupo vem acelerando, desde o ano passado, a nacionalização de peças porque a proximidade de fornecedores dá à companhia agilidade para aumentar ou reduzir os fluxos de matérias¬primas de acordo com a produção.
Fora do objetivo de aumentar o conteúdo local dos veículos, o restante dos investimentos da Iveco previstos para o país será dividido em atividades de pesquisa e desenvolvimento, modernização da fábrica, treinamento de pessoal e atualização de produtos.
O último ciclo de investimentos da companhia no país, que consumiu cerca de um terço dos € 1 bilhão investidos pela Iveco em todo o mundo, se voltou, sobretudo, à renovação e ampliação de portfólio, colocando a marca em todas as linhas desse mercado, desde os utilitários leves aos caminhões mais pesados.
O objetivo de alcançar entre 15% e 20% das vendas de caminhões no Brasil e estar, em curto espaço de tempo, entre os três maiores da indústria ficou, no entanto, para depois. Longe disso, a Iveco terminou 2014 com 6,5% do total de caminhões emplacados no país.

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