A paralisação dos caminhoneiros que transportam contêineres vazios em Navegantes fez com que 700 caminhões deixassem de entrar na Portonave só entre segunda e terça-feira. Embora ontem ainda não houvesse impacto direto na atividade portuária, a previsão era de que, se o movimento continuar, possam começar os atrasos.
As negociações continuaram ontem sem que nenhum dos lados desse sinais de que iria ceder. Os caminhoneiros, que há um mês conseguiram o reajuste nos fretes, agora paralisaram as atividades para exigir o custeio integral da alimentação.
Nos últimos dias, casos de supostos abusos creditados aos manifestantes começaram a chegar à polícia. A Delegacia da Polícia Civil fez o registro de danos em um caminhão e a PM atendeu a uma ocorrência em que supostos integrantes da paralisação teriam jogado pregos no asfalto para perfurar pneus de caminhões que estivessem na ativa.
A liderança do movimento afirma discordar dos abusos e diz que são situações isoladas. Mas o fato é que a liminar obtida pela Portonave na Justiça, que proibia os caminhoneiros de impedir o acesso ao terminal, não está sendo cumprida.
O comando da PM em Navegantes alega entender que a ordem não tem mais validade. Ou seja, é uma questão de interpretação.
O mais grave dessa situação é que o segundo maior terminal de contêineres do país fique refém de uma demanda que já deveria ter se esgotado há tempos. Em época de crise, a maior prejudicada é a economia catarinense.
FONTE: clicRBS