O senador Lasier Martins (PDT-RS) cobrou nesta quinta-feira (23) atenção às reivindicações dos caminhoneiros, como o frete mínimo, "antes que o país fique paralisado". O pronunciamento do parlamentar coincide com o reinício do movimento da categoria, após o anúncio do insucesso de uma tentativa de acordo com o governo, na quarta-feira (22), para o tabelamento do preço do frete.
Lasier disse que o país está diante de "mais uma crise anunciada". Apesar de ter feito três reuniões com os caminhoneiros ao longo de dois meses, acrescentou, o governo "não soube resolver as principais reivindicações da categoria". O senador acusou o Executivo de, antes das eleições, manter os caminhoneiros em uma espécie de “país do faz-de-conta", com o represamento do preço dos combustíveis "com fins notoriamente eleitoreiros".
– Com o fim do represamento dos preços, aí está o resultado. Essa nova e grave crise no transporte de cargas do Brasil coincide com a data da divulgação do balanço da Petrobras com estratosférico prejuízo de R$ 22 bilhões, sendo R$ 6 bilhões decorrentes de corrupção e R$ 16 bilhões de investimentos mal planejados e fracassados.
O parlamentar observou que "esse assustador cenário de inabilidades está levando o Brasil a uma das piores situações da sua história: mau relacionamento com o Legislativo; incrível demora para o preenchimento de uma vaga no Supremo Tribunal Federal; volta da inflação, com astronômicos aumentos de combustíveis e energia; grande paralisação do setor industrial; perspectiva de crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB); não preenchimento das vagas de diretoria de agências reguladoras; insegurança quanto ao futuro das terceirizações, tema em relação ao qual a posição do governo não é clara; manobras para não instalação de CPI do BNDES; e administração temerária dos fundos de pensão".
FONTE: Agência do Senado