Vendas de caminhões em Mato Grosso do Sul tiveram queda de 31,7% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave).
O índice de redução é quase o dobro do total registrado para todos os segmentos — entre janeiro e março, deixaram de ser emplacados no Estado 2.221 veículos, decréscimo de 14,3% em comparação a igual período de 2014. No caso do segmento de caminhões, foram 143 emplacamentos a menos.
Para representantes de transportadoras, principal clientela do setor, não há perspectivas de recuperação do volume de vendas em curto prazo, porque há veículos em excesso no mercado, resultado de uma “bolha” de crescimento incentivada por oferta de crédito excessiva pelo governo federal. Concessionárias já projetam redução de 50% nas vendas até o fim do ano, principalmente de caminhões pesados (acima de 13 toneladas), e preparam-se para reduzir custos e investir em pós-venda, mão de obra e serviços, à espera de reação do mercado.
De acordo com Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog-MS), para explicar a paradeira do mercado de caminhões é necessário voltar ao ano de 2009, época em que o mercado estava mais ou menos equalizado, com oferta de veículos e de fretes e o governo federal, para ajudar na compra de caminhões, lançou por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o Finame (o programa Financiamento de Máquinas e Equipamentos) com juros de 2,5% ao ano, prazo de quase 100 meses e um ano de carência para pagar.
FONTE: Correio do Estado