O setor automotivo é um dos que mais está sentindo os efeitos da desaceleração da economia. No Rio Grande do Sul, a venda de veículos caiu quase 30% nos primeiros dois meses do ano na comparação com o mesmo período de 2014. A maior queda, entretanto, foi no setor de caminhões, como mostra a reportagem do RBS Notícias, da RBS TV (veja o vídeo).
No estado, entre dezembro e fevereiro, a queda na comercialização de caminhões chega a quase 60%. No último mês de 2014, foram 975 veículos de carga vendidos. No segundo mês de 2015, o número de vendas foi de 393, segundo o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Rio Grande do Sul (Sindicov/Fenabrave-RS).
A situação preocupa as concessionárias. Uma loja de Caxias do Sul calcula que as vendas de caminhões no acumulado de janeiro e fevereiro caíram 35% na comparação com o mesmo período do ano passado. No segundo mês de 2015, foram vendidos 23 caminhões contra 31 de fevereiro de 2014.
"Vai sobrar caminhão. Muitas empresas, clientes nossos, estão com caminhões parados no pátio por falta de motorista e de carga. Vai parar o transporte, aí não tem motivo para comprar e renovar a frota", explica o gerente da revenda, Gilnei Vettorazzi.
De fato, com o momento difícil enfrentado pelo setor de transportes, já tem empresa da Serra revendo o planejamento feito para este ano. Uma transportadora de São Marcos, que pretendia adquirir sete caminhões novos para este ano, precisou fazer uma série de reajustes e cancelou as compras.
Além dos caminhões, o setor de implementos também é um dos mais afetados. Uma fábrica de guindastes que já chegou a vender 15 unidades por mês agora comercializa no máximo 6. O número de funcionários caiu de 38 para 26 desde o começo do ano.
"No ano passado o nosso faturamento foi de R$ 12 milhões. Agora deve atingir R$ 5 ou R$ 6 milhões. Esperamos que os investidores voltem, estamos investindo em tecnologia, estamos buscando conversar com esses clientes, trocar conhecimento para tentar reverter essas vendas", diz um dos sócios da fábrica, Joel Alves de Moraes.
FONTE: G1