Facchini

Mercedes-Benz vai parar fábrica no ABC por mais 15 dias em junho

Em mais uma medida de ajuste de produção, diante da forte queda na demanda por veículos comerciais no país, a Mercedes-Benz voltará a parar no mês que vem sua fábrica no ABC paulista, onde produz caminhões e chassis de ônibus, além de motores, eixos, peças e componentes de aplicações industriais.
A montadora decidiu conceder em São Bernardo do Campo férias coletivas de 15 dias a todos operários das áreas de produção a partir do dia 1º de junho, dando sequência ao ciclo de ajustes que já supera um ano e, nesse período, incluiu desde jornadas semanais reduzidas, com um dia útil a menos, ao afastamento temporário de funcionários via suspensão de contratos de trabalho, o chamado “layoff”.
Em nota, a empresa informa que o último programa de demissões voluntárias (PDV), encerrado na sexta-feira, terminou com baixa adesão, apesar do incentivo financeiro que previa o pagamento de R$ 55 mil a quem aderisse ao plano.
Com isso, Mercedes-Benz e o sindicato dos metalúrgicos do ABC terão que negociar novamente a situação de 500 trabalhadores cujas demissões foram suspensas no mês passado, à espera do resultado do PDV. A companhia diz que ainda precisa “encerrar” os contratos desses trabalhadores até o fim deste mês.
O grupo faz parte dos pouco mais de 700 operários que estão desde julho de 2014 afastados da produção — primeiro, em “layoff”, e depois, em licença remunerada. Dentro das regras do “layoff”, que tem duração máxima de cinco meses, a Mercedes contou com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no pagamento de parte dos salários (R$ 1,3 mil) desses empregados até novembro. Desde dezembro, porém, todo o custo de manter os operários em casa tem sido absorvido pela companhia.
Fora essa turma, a montadora diz que está administrando um excesso de mão de obra de 1,75 mil trabalhadores na fábrica de São Bernardo. Na nota encaminhada à imprensa, a Mercedes reitera que continuará negociando com o sindicato medidas para gerenciar esse excedente. Diz, no entanto, que está sendo forçada a lançar medidas “para enfrentar o desfavorável cenário econômico”.
Segundo a fabricante, diferentemente da unidade do ABC, não há previsão de férias coletivas na fábrica de Juiz de Fora (MG), onde a Mercedes monta caminhões extrapesados e também tem cerca de 100 operários afastados da produção.
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