Facchini

Após acordo, Volvo encerra greve mais longa de sua história

Terminou nesta segunda-feira a greve que parou a fábrica da Volvo no Paraná nas últimas três semanas. A paralisação foi interrompida após a montadora subir de R$ 5 mil para R$ 8 mil o valor da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que era um dos impasses na negociação com o sindicato dos metalúrgicos da região.
Por sua vez, como queria a multinacional, os trabalhadores aceitaram que o reajuste salarial previsto para setembro seja apenas uma correção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), dando fim ao ciclo de ganhos acima da inflação na montadora.
Essas propostas foram aceitas pelos operários em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira na porta da fábrica, encerrando a maior greve em 36 anos de produção da Volvo em Curitiba.
Conforme já havia sido acertado entre a empresa e seus funcionários, o acordo também prevê a abertura de um programa de demissões voluntárias (PDV) com o objetivo de reduzir o excesso de mão de obra estimado em 600 empregados, dado o fechamento do segundo turno da produção de caminhões. A depender do tempo do funcionário na casa, a Volvo vai pagar no PDV até quatro salários extras, além de cumprir com toda a remuneração e direitos trabalhistas previstos até 15 de dezembro — uma vez que a fabricante já tinha dado o compromisso de preservar os empregos até o fim do ano, caso suas condições fossem aceitas.
Em paralelo ao PDV, o acordo permite à empresa afastar operários até dezembro em esquema de suspensão temporária dos contratos de trabalho, no qual o salário é, em até R$ 1,3 mil, financiado durante cinco meses por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Não há, no entanto, nenhuma garantia da companhia de manter empregos a partir de janeiro, como desejava o sindicato.
A greve na Volvo foi iniciada no dia 8 de maio após a montadora anunciar o fechamento do segundo turno da linha de caminhões, o que colocou em risco os empregos de 600 trabalhadores. A empresa prometeu preservar essas vagas até dezembro, dando “sobrevida” a esses trabalhadores, apenas se os funcionários aceitassem reduzir pela metade a PLR de R$ 30 mil dos últimos dois anos e a correção dos salários apenas pela variação da inflação.
Enquanto a montadora conseguiu passar a proposta de reajuste salarial, a PLR foi estabelecida em um valor referencial de R$ 30 mil, cujo parâmetro é o volume produzido no ano passado. Ou seja, se a produção da Volvo cair pela metade neste ano, o valor da PLR é reduzido para R$ 15 mil. Os dias parados durante a greve serão descontados do banco de horas dos operários, com compensação até 2017.
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