Facchini

Iveco projeta crescer mesmo com cenário de queda

As vendas de caminhões em 2015 não devem ultrapassar as 96 mil unidades, o que representaria uma queda expressiva de 40% sobre o desempenho do ano passado, quando foram entregues 159,1 mil unidades. A projeção é da Iveco, que mesmo com este cenário conflitante, mantém planos de aumentar sua participação no mercado.
“Há pouco mais de um mês, prevíamos um mercado total de 107 mil caminhões em 2015. Esperávamos uma pequena retomada em maio e em junho. Sentimos que, por mais que o governo tenha adotado medidas de concessões e mesmo com a expectativa de mais uma safra recorde, ainda não há efeitos disso sobre o mercado”, explica Ricardo Barion, diretor de marketing.
Para o executivo, apesar da queda prevista para o ano, o segundo semestre deve apresentar alguma melhora quando comparado com os primeiros seis meses. “Talvez aconteça uma mudança do mix mesmo que dentro do efeito de retração, com alguma reação para os pesados: até maio, é o segmento que apresenta a maior queda, de 60%, no comparativo anual. Para o segundo semestre, esse segmento deve apresentar desempenho que o leve a ficar com índice menor de queda, entre 50% e 54%. Em termos gerais de volume, será melhor que o primeiro semestre.”
A tendência histórica de que o segundo semestre é tradicionalmente mais forte que o primeiro sustenta a expectativa da empresa de aumentar sua participação. “No acumulado entre janeiro e maio, registramos market share de 8,1%. Considerando só o mês de junho, já estamos com 8,8%. Nosso objetivo é encerrar 2015 com 8,5%, considerando que encerramos 2014 com 7,8%”.
Barion conta com a vantagem da Iveco ser uma empresa full liner, o que significa atuar em todas as categorias de produtos. Ele conta que a empresa prepara uma série de ações para encarar a segunda metade do ano com mais fôlego para atingir a meta. Entre elas, uma ação específica de test drive focada em pequenos e médios clientes, cuja experimentação de caminhões leves, médios e pesados será realizada em pontos estratégicos aproveitando a infraestrutura de postos de combustíveis espalhados pelo País. 
Por outro lado, a empresa justifica sua decisão em não participar da Fenatran deste ano: “Estamos em um momento que exige ajustes duros e Fenatran representa um investimento muito alto para qualquer montadora, que não a faz por menos de R$ 5 milhões considerando uma média de área comum de 2,5 mil metros quadrados. Mercadologicamente não faz sentido investir na feira especialmente neste momento de corte de produção. Tivemos que decidir não participar a partir de uma coesão de vários níveis da organização. Temos lançamentos marcados para este ano e especialmente para 2016, mas que podem ser feitos de forma independente, não necessariamente dentro da feira. Algumas coisas podem esperar e este é o caso dentro do ‘aperto de cintos’ que tivemos que fazer. É uma ação dura que tivemos que adotar, mas acertada”, argumentou Marco Borba, vice-presidente da Iveco para a América Latina.
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