Facchini

Prejuízo com carretas paradas passa de R$ 30 milhões, em Manaus

O Polo Industrial de Manaus (PIM) sente o impacto da retração econômica nacional. Devido à redução nas vendas, as empresas diminuíram o planejamento produtivo, o que gera menor liberação de produtos acabados. Como resultado, 2,5 mil carretas vazias aguardam a liberação de produtos, por parte das fabricantes, em Manaus. Segundo a Federação das Empresas de Logística, Transportes e Agenciamento de Cargas da Amazônia (Fetramaz), o prejuízo estimado chega a R$ 31.250 milhões.
Segundo o primeiro tesoureiro da Fetramaz e primeiro secretário do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Amazonas (Setcam), Raimundo Araújo, as carretas estão paradas nos pátios de indústrias e também de empresas transportadoras, no aguardo de mercadorias para o abastecimento do contêiner. Ele avalia que a falta de material é o reflexo da crise financeira que atinge o País. “Hoje, o problema está atrelado à economia nacional. Não há demanda, então, não há produtos para abastecer os veículos. A carga que vem para Manaus é maior do que a que sai da cidade”, cita.
Araújo explica que um frete médio de uma carreta é realizada pelo preço de R$ 12,5 mil, valor que multiplicado por 2,5 mil carretas que estão paradas em Manaus, totaliza um prejuízo de R$ 31.250 milhões. Manaus recebe dos demais Estados artigos de papelaria, materiais de construção, gêneros alimentícios e insumos para as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM).

Greve da Suframa
De acordo com o secretário, a greve dos servidores da Suframa gera problemas, mano sentido inverso, quanto ao recebimento de materiais provenientes de outras regiões do país. Ele informa que em Manaus existem 522 carretas aguardando liberação por parte da autarquia, o que corresponde a 10.440 toneladas de produtos que devem ser destinados ao comércio e à indústria. “Os 12 dias de greve contabilizam R$ 182.7 milhões em produtos retidos em carretas. Os únicos materiais que estão sendo liberados são os perecíveis e os médico-hospitalares”, disse. “A greve só veio agravar a situação”, completa.
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, confirmou a ocorrência da diminuição produtiva. Périco esclareceu que as indústrias dão continuidade às produções. Porém, as vendas acontecem em menores índices, daí a justificativa para a retenção dos produtos acabados. “Tudo o que está sendo produzido fica armazenado nos próprios estoques das fábricas. Não há como contabilizar quantos produtos estão em estoque”, disse.
Périco ainda afirmou que a queda produtiva é motivada pela recessão econômica. Ele também ressaltou que o PIM tem condições estruturais para atender maior demanda de pedidos. “Toda a estrutura que atende à atividade industrial em Manaus está preparada para demandas maiores que as recebidas atualmente, inclusive na parte logística. Vale lembrar que há carretas paradas, no aguardo de materiais, em São Paulo também”, frisou. “As indústrias, mesmo que estejam produzindo, não conseguem vender, por isso, não embarcam seus materiais”, completou. O presidente descartou expectativas de melhorias produtivas para este ano.
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