A produção de caminhões em junho foi de apenas 5.284 unidades, o menor volume para este mês desde 1999. No acumulado do ano, as fabricantes brasileiras montaram 41,6 mil unidades, recuando 45,2% ante o mesmo período do ano passado. “Com o fechamento de julho essa queda vai se acentuar e deve chegar perto dos 50%”, afirma Marco Antônio Saltini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
- Veja aqui o estudo da Anfavea
A retração tende a se elevar por causa das férias coletivas e outras medidas que interromperam a produção em várias fabricantes neste mês de julho. No semestre encerrado, a maior retração, de 61,1%, ocorreu na produção de caminhões pesados, segmento que vinha apresentando os volumes mais altos de venda: “Apesar da expectativa por uma boa safra, a economia encolheu e existem caminhões suficientes (para o transporte de grãos)”, diz Saltini. A Anfavea continua atribuindo a retração à falta de confiança do consumidor e indefinição em medidas de ajuste fiscal.
A entidades estima para 2015 um cenário muito próximo ao desenhado neste primeiro semestre, ou seja, queda na produção entre 20% e 60%, dependendo do segmento, sendo mais acentuada para os caminhões de grande porte.
No primeiro semestre, o volume de caminhões emplacados no Brasil foi de 37,3 mil unidades, resultando em queda de 42,3% ante o mesmo período do ano passado. Até o fim do ano a previsão é de 77 mil unidades licenciadas.
EXPORTAÇÕES
O envio de caminhões ao exterior no primeiro semestre somou 10,2 mil unidades, volume 9,3% maior que o registrado no mesmo período de 2014. Esta foi uma das poucas notícias positivas divulgadas pela Anfavea na entrevista coletiva que realiza mensalmente: “As exportações para o México cresceram 154%”, recorda o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
Os maiores volumes de embarque ocorram para os semipesados (3,3 mil) e pesados (3,4 mil). De todos os segmentos enviados ao exterior, somente os médios registraram recuo, de 29%.
ÔNIBUS TAMBÉM RECUAM
A primeira metade do ano teve 9,6 mil ônibus licenciados, resultando em queda de 27,7%. Até o fim de 2015 a Anfavea estima 20 mil unidades emplacadas. “As novas definições sobre o transporte rodoviário podem até impulsionar as vendas, mas este é um segmento com menor volume, deve ter pequeno impacto”, recorda Saltini. O vice-presidente da Anfavea também mencionou um novo decreto publicado na sexta-feira, 3, com os principais termos do edital de licitação para os serviços de transporte municipal: “Mas os desdobramentos só devem ocorrer no fim do ano ou início de 2016. Há frotas hoje com ônibus de mais de dez anos porque o empresário não quer investir (na renovação da frota) sem a certeza de que continuará no negócio”, diz.
A produção de ônibus no acumulado do ano somou 13,8 mil unidades, volume 27,8% menor que o do mesmo período do ano passado. Do total, 10,5 mil veículos montados eram modelos urbanos, que tiveram queda de 34,7%. Os 3,3 mil modelos rodoviários fabricados nesse período resultaram em alta de 9,5% sobre os mesmos seis meses de 2014.
As exportações explicam esta alta de produção, já que o Brasil enviou ao exterior 1.660 ônibus rodoviários até julho (quase metade do total fabricado). O acréscimo registrado é de 30,5%. Já os modelos urbanos enviados ao mercado externo somaram 1,6 mil unidades, anotando queda de 17,5%.
FONTE: Automotive Business