Com mais de 20 anos de estrada, Edvaldo de Oliveira é um dos profissionais longe das medidas ideais. Entre uma viagem e outra, sempre se alimentou mal e acabou engordando. Hoje pesa 92 kg, 17 kg além do recomendado. "Comia salgados fritos, assados, carne também, bastante", disse.
E ele não está sozinho. Em restaurantes à beira de estradas, é fácil notar que os caminhoneiros não economizam na comida, enchem o prato.
"Eu prefiro fazer uma refeição só por dia, uma refeição mais completa, que é o almoço, e à noite eu faço uma refeição bem leve, uma sopa, uma fruta e só", justificou Daniel Arouca Martins de Mello.
"Inúmeras vezes a gente não tem opção. Às vezes, tem que ser um lanche, um salgado, uma comida mais rápida. E algumas vezes a gente não tem o tempo também, né? Então fica mais corrido, não tenho essa folga que estou tendo agora", comentou Edvaldo Fuzi.
Mas, como explicou a nutricionista Fernanda Ambrósio, há opções saudáveis mesmo nas estradas. "Metade do prato com salada e a outra metade a gente divide em carboidrato, proteínas animal e vegetal, uma fruta de sobremesa".
Ela também reforçou que o descontrole no peso pode repercutir em problemas de saúde.
"Com o excesso de carne, a pessoa está consumindo em excesso gordura saturada. A gordura saturada é uma gordura que vai acumulando nas artérias e isso vai causando problemas cardíacos, então pode levar a um infarto. Outro problema é o consumo de refrigerantes, muito açúcar", afirmou. "Ao longo dos anos, isso leva a sobrepeso, obesidade e outros problemas de saúde, diabetes, pressão alta, colesterol alto".
O gerente de logística de uma transportadora de São Carlos percebeu essas consequências. Ele notou que o rendimento dos trabalhadores acima do peso cai bastante e decidiu investir na saúde do grupo. "A gente está estudando os aspectos legais para dar uma bonificação mensal ao motorista que perder peso", contou Marcelo Cesar Silva.
FONTE: G1
