A indústria de pneus fechou o primeiro semestre com 7,64 milhões de unidades entregues às montadoras, registrando queda de 18,7% ante o mesmo período do ano passado. A redução em toneladas foi ainda maior, 29,9%, refletindo a menor venda de veículos de carga (caminhões e ônibus), cujos pneus têm peso e valor superiores. Os números foram divulgados pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).
De acordo com a entidade, a desvalorização cambial não foi suficiente para resolver a falta de competitividade e o volume exportado no primeiro semestre foi de 497,7 mil unidades, 25,4% abaixo dos mesmos seis meses de 2014.
As vendas totais fecharam o semestre com 37 milhões de unidades e leve retração de 0,6%. Segundo a Anip, o mercado de reposição voltou a apresentar crescimento na quantidade vendida (10,9%) por causa dos pneus de passeio (16,7%), camionetas (13%) e duas rodas (7,2%). Nos de carga houve queda de 6,2%.
VENDAS POR SEGMENTO (1º sem. 2014 vs. 1º sem. 2015):
- carga - de 4,5 milhões para 3,69 milhões (-18%);
- camioneta - de 4,98 milhões para 4,78 milhões (-4%);
- passeio - de 18,04 milhões para 19,09 milhões (+5,8%);
- duas rodas - de 8,16 milhões para 7,84 milhões (-3,9%);
- agrícola - de 445 mil para 400 mil (-10,1%);
- OTR - de 82 mil para 69 mil (-16,7%);
- Industrial - de 1,06 milhão para 1,15 milhão (+8,5%).
PRODUÇÃO CRESCE E INFLA ESTOQUES
A produção brasileira de pneus de janeiro a junho registrou 35,8 milhões de unidades e leve crescimento de 2% sobre os mesmos meses do ano passado. No entanto, a menor demanda resultou em elevação de estoques, gerando paradas de produção e baixa rentabilidade.
SETOR PEDE AUXÍLIO AO GOVERNO
A Anip entregou ao governo federal um documento com 11 propostas para aumentar a competitividade e produtividade do setor. Entre elas estão: redução das alíquotas de importação incidentes sobre insumos não disponíveis no Brasil; margem de preferência de 25% nas compras do poder público, como já existe para outros setores; estímulo à exportação por meio de novos acordos comerciais com mercados relevantes e aprimoramento do processo de garantias de crédito, além da reativação do Reintegra.
“O setor de pneus havia programado significativos investimentos neste e nos próximos anos para acompanhar o Inovar-Auto, mas o momento difícil da economia e do setor automotivo em particular pode colocar estes planos ‘em suspenso’”, afirma o presidente da Anip, Alberto Mayer. Segundo o executivo, várias associadas já puseram seus colaboradores ou parte deles em layoff ou férias coletivas.
FONTE: Automotive Business