Facchini

Caminhões vão em marcha lenta também em 2016

O mercado saturado e o baixo índice de confiança do consumidor manterão em baixa as vendas de caminhões ainda durante este e no também no próximo. Essa foi a conclusão do painel que tratou do tema no Workshop Planejamento 2016, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 17, em São Paulo. 
“Realizamos uma pesquisa com 350 decisores de compras das principais empresas de transporte dos segmentos de grãos, logística e construção civil. A maioria afirmou que não pretende renovar a frota, preferindo esperar o que vai acontecer em curto e médio prazos”, diz o diretor da Carcon Automotive, Carlos Reis. 
Dos três segmentos, o de grãos é o que tem a menor intenção de trocar seus caminhões (14%). “Este setor é o que tem o maior número de caminhões parados”, afirma Reis. “A intenção de compra é um pouco maior no de logística e distribuição (23%), por causa da entrega de bebidas, e no de construção civil (22% pretendem comprar), pelo uso mais severo dos veículos. 
“O segmento de caminhões deve mesmo fechar o ano com 75 mil a 80 mil unidades”, afirma o diretor de vendas e marketing de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Gilson Mansur. “Vai haver demissões. Se não for agora será mais adiante”, adverte o executivo, que não espera reação do mercado nem em 2016. 
O diretor de operações da Ford Caminhões, João Pimentel, também crê em um 2016 bastante similar a 2015. “Os anos de 2017 e 2018 serão mais fortes, sendo que 2018 terá cerca de 100 mil unidades”, diz Pimentel. 
Sobre a possibilidade de o mercado voltar ao patamar recorde de 2011, quando foram emplacados mais 172,6 mil caminhões, o vice-presidente de vendas, marketing e pós-venda da MAN Latin America, Ricardo Alouche, ponderou: “Os números daquele ano voltarão a se repetir, mas não nos próximos três ou quatro anos.” 
Sobre a queda atual no segmento de ônibus (-26,5% no período janeiro a julho no confronto com os mesmos meses de 2015), Alouche recorda que o mercado este ano teve dois grandes impactos: o menor número de vendas ao governo (pelo Programa Caminho da Escola) e a falta de confiança dos empresários do setor de transporte.
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