A Daimler AG vai cortar 1.500 empregos em sua divisão brasileira de fabricação de caminhões porque a demanda por veículos comerciais no país não está dando sinais de recuperação. Os funcionários de uma das fábricas afetadas reagiram entrando em greve, e as ações da empresa alemã sofreram a maior queda em quatro anos.
Reduzir cerca de 13 por cento da mão de obra no Brasil se tornou inevitável depois que as vendas de caminhões em todo o setor da maior economia da América do Sul despencaram 44 por cento no primeiro semestre de 2015, agravando a queda do ano passado, disse Florian Martens, porta-voz da Daimler, que tem sede em Stuttgart, na Alemanha.
A reação da fabricante alemã à retração da economia do Brasil, cuja contração deverá continuar até pelo menos 2016, ressalta as preocupações que estão provocando um aprofundamento da corrida para venda de ações iniciada nos mercados emergentes. As ações da Daimler chegaram a cair 7,1 por cento em Frankfurt nesta segunda-feira
A recessão, os altos níveis de inflação e o aumento dos custos de financiamento do Brasil estão desestimulando os consumidores a comprar veículos, disse Martens.
“Há muitos meses vem ocorrendo uma redução drástica nas encomendas de caminhões”, disse ele. “Infelizmente, não esperamos uma recuperação rápida do mercado”.
Confiança na China
Embora a Daimler não tenha conseguido escapar dos infortúnios do Brasil, a fabricante alemã de automóveis está se saindo melhor na China, onde a demanda também está desacelerando. A fabricante dos veículos Mercedes-Benz “continua confiante” de que atingirá a meta de vender mais de 300.000 carros na China neste ano, apesar da queda do mercado acionário, disse o diretor da Daimler na China, Hubertus Troska, em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira em Pequim.
A companhia tem duas fábricas em funcionamento no Brasil, que produzem caminhões e ônibus. Sua mão de obra no país latino-americano era composta de cerca de 12.000 funcionários no fim do ano passado. A Daimler também está construindo uma fábrica no Brasil para produzir carros de passageiros a partir de 2016.
FONTE: InfoMoney