A retração do setor de veículos pesados voltou a derrubar o desempenho da Randon no segundo trimestre. O lucro líquido apurado pela fabricante de reboques e semirreboques rodoviários, autopeças e vagões ferroviários somou apenas R$ 274 mil, queda de 99,6% ante os R$ 67,4 milhões do mesmo período de 2014. No acumulado do primeiro semestre, o resultado ficou em R$ 832 mil, contra R$ 129,6 milhões nos seis primeiros meses do ano passado, informou a companhia.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, em inglês) recuou 66,6% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2014, para R$ 47 milhões. O desempenho foi influenciado pela baixa escala de produção e pela queda de 4,5 pontos percentuais na margem bruta na mesma base de comparação, para 21,3%.
A empresa também provisionou R$ 7,3 milhões para gastos com redução de pessoal que ocorreram logo após o encerramento do trimestre em função da queda do mercado, informou o diretor de relações com investidores, Geraldo Santa Catharina. No primeiro trimestre a Randon já havia pago R$ 18,3 milhões em indenizações trabalhistas pelo mesmo motivo, a maior parte na linha de implementos rodoviários.
A Randon encerrou junho com 10,1 mil funcionários, ante 11,8 mil no mesmo período de 2014. O grupo adota desde abril um programa de redução de jornada de cinco dias por mês na maior parte de suas empresas, com vigência até setembro. A Fras-le, fabricante de lonas e pastilhas de freio, a Brantech, que produz carrocerias frigorificadas, o banco e o consórcio Randon não estão submetidos à flexibilização de jornada.
A receita líquida recuou 27,6% no segundo trimestre, para R$ 734,7 milhões. A receita bruta total sem eliminação de vendas entre as controladas teve retração de 29,4%, para R$ 1,015 bilhão, puxada pela queda de 32,4% no mercado interno, para R$ 898,9 milhões.
As exportações a partir do Brasil cresceram 6,6% em reais para R$ 116,9 milhões, beneficiadas pela variação cambial. Em dólares, os embarques caíram 22,1%, para US$ 37,9 milhões, principalmente devido à queda de vendas de implementos rodoviários para a África e a América do Sul.
FONTE: Valor Econômico