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Mercedes volta a suspender produção em agosto e estuda mais demissões

A Mercedes-Benz informou, na última sexta-feira (31), que voltará a parar todas as linhas de produção do parque industrial em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entre 7 e 21 de agosto, quando vai dar licença remunerada para afastar os operários.
Em nota encaminhada à imprensa, a montadora adiantou também que está avaliando realizar mais demissões no local a partir de 1º de setembro, após encerrar, em maio, os contratos de 500 metalúrgicos e ter rejeitado no início deste mês uma proposta que previa redução de 10% do salário de todos os trabalhadores em troca de manutenção dos empregos por um ano.
O tamanho do novo corte vai depender do número de adesões ao programa de demissões voluntárias (PDV) em curso na fábrica, no qual a empresa está oferecendo, a depender do tempo de casa do funcionário, até R$ 65 mil em incentivo ao desligamento. O PDV se encerra no dia 14 de agosto. A montadora estima em 2 mil trabalhadores o excesso de mão de obra na fábrica, o equivalente a 20% do efetivo de aproximadamente 10 mil funcionários.
A Mercedes não informa quantos funcionários já deixaram a companhia pelo novo PDV, o sexto do ano, aberto no último dia 14. No ABC, a montadora produz caminhões, chassis de ônibus, cabines, motores, câmbios e eixos de veículos comerciais.
No início de julho, 74% dos funcionários da Mercedes em São Bernardo rejeitaram em votação secreta um acordo costurado com o sindicato local que previa redução de 20% na jornada de trabalho, com desconto de 10% dos salários – em condições próximas ao programa de proteção ao emprego, o PPE, lançado posteriormente pelo governo.
Segundo o diretor de comunicação e relações institucionais da marca, Luiz Carlos Moraes, o resultado da consulta aos trabalhadores no início do mês indica uma rejeição à adoção do PPE na fábrica.
O presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, um dos maiores defensores do PPE, já manifestou, contudo, opinião distinta. Para ele, a proposta teria mais chance de ser aprovada com a nova ferramenta, uma vez que, no PPE, o governo banca metade da redução salarial. Isso permitiria diminuir de 10% para 5% a perda salarial, na avaliação do sindicato.
A Mercedes diz que a decisão de parar a produção em agosto e estudar novos cortes foi tomada diante da forte queda nas vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro e da falta de alternativas para gerenciar o excesso de mão de obra.
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