A Polícia Rodoviária Federal e o Ibama estão fazendo uma ação de fiscalização pelas rodovias do estado para checar possíveis alterações no Arla 32, aditivo obrigatório para caminhões movidos a diesel fabricados a partir de 2012. O Arla 32 é um componente que deve ser injetado no escapamento do caminhão e age no óxido de nitrogênio — que causa poluição e faz mal a saúde de quem o respira — o transformando em água. A multa para os caminhões que transitam sem o Arla, ou com o aditivo adulterado, pode chegar a R$ 10 mil.
Santa Catarina é o primeiro estado do Sul a receber a operação de fiscalização, que já passou pelo Sudeste e Centro-Oeste. Durante a manhã dessa terça-feira, cerca de 45 caminhões foram parados pela PRF no posto de fiscalização em Blumenau, na BR-470, onde agentes do Ibama realizavam os testes para verificar se o tanque do Arla estava cheio e se apresentava a quantia correta da substância — que é de 32%, com uma margem de 2,5% para mais ou para menos. Somente um caminhão estava irregular, com menos de 28% da substância.
— A multa pode ser de R$ 1 mil até R$ 10 mil, com variáveis que envolvem o tamanho do impacto ambiental, tamanho da empresa etc. A multa vai para a empresa, mas o condutor pode ser encaminhado à delegacia pelo crime — explica o porta voz do Ibama, Badaró Ferrari.
Ele explica que muitos condutores optam por adulterar o Arla 32 para não precisar comprar o produto. Os caminhões produzidos depois de 2012, além de serem equipados de fábrica com o tanque do Arla, vêm com um sistema que reconhece se o tanque não está cheio e tira potência do motor. Alguns caminhoneiros burlam esse sistema danificando o fusível no tanque ou enchendo ele com outro líquido, como água ou até mesmo urina.
— A própria empresa compra o Arla pra gente e abastece todos os caminhões. O preço pelos postos de gasolina é na média de R$ 47 o galão com 20 litros, mas comprando em grande quantidade sai mais barato. No caso do meu caminhão, um tanque cheio de diesel precisa de uns 140 litros de Arla — conta o caminhoneiro Dirlei Quaresma, que teve o caminhão parado pela PRF e estava com o Arla 32 em situação regular.
FONTE: Jornal de Santa Catarina