O movimento dos caminhoneiros em Mato Grosso, que, entre fevereiro e abril deste ano, fechou diversas rodovias no Estado, não deve apoiar o protesto encabeçado pelo Comando Nacional do Transporte, que promete uma grande mobilização, por todo o país cobrando o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a partir do próximo dia 9. “Não vejo nenhuma organização estruturada em Mato Grosso. Apenas comentários.
Somos contrários porque o objetivo é claramente político. Não representa os interesses dos transportadores de cargas”, afirmou, um dos representantes estaduais no Fórum Permanente de Transporte, Gilson Baitaca, empresário e vereador em Lucas do Rio Verde. Além da renúncia da presidente, os manifestantes também devem cobrar redução no preço do oléo diesel; criação do frete mínimo; anulação de multas das manifestações anteriores; aposentadoria com 25 anos de contribuição; salário unificado para a categoria; entre outras reivindicações.
Ele defendeu ainda o direito ao protesto, mas classificou como “radical” a intenção dos manifestantes de pedir a renúncia de Dilma. “É uma democracia e eles estão no direito deles. Mas não concordo em utilizar uma categoria como a nossa, fragilizada e endividada, para satisfazer interesses políticos. É um grupo radical e, até onde sei, dizem que não irão iniciar as negociações enquanto a presidente não renunciar. Por isso, não terão nosso apoio”, destacou.
De acordo com o empresário, que participou da comissão que negociou reivindicações com governo federal durante protestos anteriores, mesmo que ocorram bloqueios em rodovias de outros Estados, o abastecimento de produtos em Mato Grosso não deve ser afetado. “Não acredito que vá prejudicar a região. Eles (organizadores dos protestos) estão contando com o apoio massivo da população o que, na minha opinião, não deve ocorrer”.
Em Mato Grosso, no início do ano, foram feitos diversos protestos, nos quais os veículos com cargas eram obrigados a parar em vários pontos, principalmente da BR 163, entre Rondonópolis até Sinop. Devido a isso, vários municípios do Nortão ficaram sem produtos como combustíveis, gás, água e entre outros.
O manifesto só terminou quando o governo federal aceitou negociar a pauta de reivindicações dos motoristas, que, segundo o movimento, não foi efetivada ainda.
FONTE: Só Notícias