Na tentativa de enfraquecer a manifestação dos caminhoneiros e encerrar os bloqueios que tomaram conta de todas as rodovias do país, o governo federal anunciou medidas mais rígidas, que chegam a ser inacreditáveis. Medidas essas que podem trazer prejuízos aos caminhoneiros durante os próximos 10 anos.
A primeira medida anunciada é o aumento da multa para caminhoneiros que obstruírem as rodovias com seus veículos. Inicialmente a multa anunciada na segunda-feira (9) era de R$1.900,00, mas ao final da noite dessa terça-feira (10) um novo valor foi estabelecido, passando de R$5.700,00.
O Governo anunciou também que a organização de obstrução de vias será crime a partir de agora, com multas no valor de R$19.154,00, podendo dobrar em caso de reincidência.
Porém, movimentos como MST, CUT e entidades indígenas frequentemente bloqueiam rodovias, inclusive chegando a cobrar pedágio em rodovias não privatizadas. Acredita-se que essas práticas não serão consideradas como crime, ou seja, somente os atos de bloqueios organizados por caminhoneiros serão severamente punidos e considerados crime.
Além de todas essas multas, o governo federal anunciou ainda que haverá suspensão do direito de dirigir por 12 meses, a apreensão e a remoção do veículo e o recolhimento do CRLV do veículo de todos os caminhoneiros envolvidos nos protestos.
E para fechar o pacote de penalidades aos caminhoneiros, o governo anunciou ainda que, todos os motoristas que forem flagrados e multados nesses atos, não poderão receber incentivos fiscais para compra de veículos novos durante os próximos 10 anos.
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que todas essas medidas entram em vigor imediatamente e ainda assinou um documento que autoriza a atuação da Força Nacional de Segurança Pública no desbloqueio de vias, em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF). Também foi autorizado que Estados e municípios possam fazer leilões públicos para contratação de empresas privadas para fazer a guarda de veículos apreendidos nas manifestações, o ministro afirmou ainda que "o custo dessas apreensões será cobrado dos donos dos veículos".
Todas essas medidas demonstram a fraqueza do governo diante da força e da importância do caminhoneiro para o país. Demonstra ainda a incapacidade para negociarem e encontrarem soluções eficazes e pacíficas para a paralisação dos caminhoneiros.
TEXTO: Lucas Duarte