Caminhoneiros autônomos insatisfeitos com o governo da presidente Dilma Rousseff prometem paralisar a circulação de caminhões nas principais rodovias brasileiras a partir da manhã de hoje. No Rio Grande do Sul, segundo integrantes da mobilização convocada pelo Comando Nacional do Transporte, haverá pelo menos 10 pontos de interrupção.
Greve de caminhoneiros pode ter carreatas em rodovias e municípios
Como a organização é alheia aos sindicatos e se dá via internet e WhatsApp, ainda é difícil estimar o tamanho da adesão. Em vídeo postado no Facebook no fim de semana, um dos principais líderes do movimento, Ivar Schmidt, de Mossoró (RN), pediu aos motoristas que exponham "a sua indignação com o que está acontecendo no país" e que apoiem a causa. Em fevereiro, uma greve de caminhoneiros atingiu mais de 10 Estados e chegou a ameaçar o país de desabastecimento.
— O nosso objetivo é a renúncia da presidente. Tenho convicção de que se todo povo vier junto, a gente vai conseguir — disse Schmidt, na gravação.
No Estado, segundo Fábio Luis Roque, caminhoneiro de Santa Rosa que integra o Comando Nacional do Transporte, a expectativa é de que o tráfego de veículos pesados seja reduzido.
— A maioria dos caminhões já está parada em casa, nos postos de combustíveis ou nos pátios das empresas de transporte. Não vai ter tumulto. O fluxo nas estradas vai ser quase zero — afirmou Roque.
Participantes da mobilização irão se concentrar, de acordo com Roque, em pelo menos 10 locais para impedir a passagem daqueles que tentarem furar a greve. Segundo o caminhoneiro, os pontos (alguns com mais de um piquete) incluem Soledade (BR-386), Santa Rosa (BR-472, nas saídas para Três de Maio e para Santo Cristo), Carazinho (BR-386), Pelotas (BR-392), São Sepé (BR-392), Giruá (RS-344) e Entre Ijuís (BR-285).
Em Soledade, o caminhoneiro Volnei Cardoso, que também participa da ação, disse ontem que pelo menos 50 motoristas darão início à paralisação a partir das 8h de hoje, nos dois trevos de acesso à cidade, junto à BR-386:
— Pretendemos parar totalmente o trânsito de caminhões. Só vamos deixar passar aqueles que tiverem cargas perecíveis ou que estiverem carregando animais e itens hospitalares. Desde a última greve, tudo piorou. Nada do que o governo prometeu foi totalmente cumprido.
Conforme Cardoso, além da saída da presidente Dilma do cargo, a pauta de reivindicações inclui o tabelamento dos preços do frete, a redução do valor do diesel e a melhoria das condições das estradas. A greve, segundo os organizadores, será por tempo indeterminado.
FONTE: Jornal Floripa