A Ford pretende subir os preços de seus caminhões no primeiro trimestre de 2016. Devido a pressão de custos, a companhia "necessita", segundo o diretor de operações de caminhões da montadora na América do Sul, João Carlos Pimentel, de um aumento mínimo de 15,5%, mas só deverá elevar os preços em torno de 5%, por não ter condição de repassar tudo ao consumidor. "É difícil que a elevação ocorra em janeiro, mas em fevereiro ou março, provavelmente", acrescentou.
Se confirmar o reajuste para os caminhões, a Ford entra para o time de montadoras que, mesmo com a queda nas vendas, decidiu subir os preços recentemente, com o objetivo de compensar o avanço dos custos. A Scania foi a última, com reajuste de 3,0% anunciado em outubro, válido para toda a linha de caminhões e ônibus.
Mais cedo, o presidente da Ford na América do Sul, Steven Armstrong, disse que espera uma queda nas vendas de caminhões em 2016, levando em consideração todas as montadoras. Segundo ele, o recuo seria para algo entre 60 mil e 65 mil unidades, de algo em torno de 70 mil em 2015. Com relação ao mercado de veículos, ele prevê vendas, na soma de todas as marcas, de 2 milhões a 2,2 milhões no ano que vem.
Crise
Para o vice-presidente de relações governamentais da Ford na América do Sul, Rogelio Golfarb, a crise brasileira atual é pior do que outras vividas pela montadora no País e no exterior. Isso ocorre porque, agora, "falta horizonte de planejamento".
"A Ford está em dezenas de países e sempre haverá algum país em crise. Nós estamos enfrentando dificuldades. Sabemos que as crises são cíclicas. O problema de agora é a incerteza. Não sabemos quando a economia vai se recuperar", afirmou.
Apesar das dificuldades, Armstrong lembra que a montadora deve fazer mais 16 lançamentos de modelos no Brasil no próximo ano. "Não vamos parar de desenvolver produtos. Precisamos estar prontos para quando o mercado voltar a crescer", disse.
FONTE: Istoé Dinheiro