A Mercedes-Benz antecipou, no mês passado, o período de férias coletivas na fábrica de Juiz de Fora (Zona da Mata). Além dos 42 funcionários da unidade que se encontram em lay-off (suspensão de contratos) até abril do ano que vem, os demais - totalizando 770 colaboradores – serão dispensados temporária e gradativamente até o começo de janeiro, segundo informações da montadora alemã.
O setor de montagem bruta, por exemplo, está de férias desde o último dia 30, enquanto os responsáveis pela montagem final suspendem as atividades no dia 20. As férias coletivas devem estender-se por cerca de um mês. E não houve alteração no prazo acordado. Segundo a empresa, até 8 de janeiro de 2016 estarão todos de volta ao trabalho.
Com o mercado doméstico em retração, a Mercedes enfrenta consecutivas quedas na venda de caminhões. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que os emplacamentos da marca recuaram 45% entre janeiro e novembro na comparação com o mesmo intervalo do exercício passado, ao passar de 32.436 unidades para 17.825 unidades.
Somente em novembro, os emplacamentos de caminhões da montadora alemã totalizaram 1.340 veículos. Isto representa queda de 21% em relação ao mês anterior (1.698) e retração de 56,6% na comparação com o mesmo período de 2014, quando atingiram 3.092 unidades.
Medidas
Diante disso, a companhia vem adotando várias medidas para cortar custos e se adaptar ao mercado, como a suspensão dos contratos de trabalho, com o objetivo de ajustar a produção à demanda. Para se ter uma ideia, 75 operários ficaram em lay-off de julho até novembro, antes da turma de 42 funcionários que assim permanecerá até abril. Além disso, a Mercedes-Benz chegou a paralisar suas operações em junho, quando a unidade da Zona da Mata deixou de produzir por 15 dias.
Apesar disso, os cerca de 770 trabalhadores da planta de Juiz de Fora fecharam um acordo que garante a estabilidade dos empregos até junho de 2016, conforme já publicado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO.
Na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde trabalham aproximadamente 10 mil pessoas, a companhia aderiu ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), além de prever corte da jornada e de salários em 20% (sendo 10% bancados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT).
Paralelamente, a Mercedes está adaptando a planta de Juiz de Fora para receber a montagem bruta e pintura de cabines em meados do ano que vem. A mudança foi anunciada em 2014 pela companhia e os investimentos são estimados em R$ 230 milhões.
FONTE: Diário do Comércio
FONTE: Diário do Comércio