A Volvo fechou 500 vagas de trabalho, ou cerca de 12,5% do efetivo, no programa de demissões voluntárias (PDV) aberto no parque industrial da montadora no Paraná. O objetivo foi eliminar o excesso de mão de obra após o fechamento, em maio, do segundo turno de produção na unidade.
A depender do tempo do funcionário na empresa, a Volvo estava oferecendo o pagamento de até quatro salários extras como incentivo ao desligamento no programa, que ficou aberto até a última sexta-feira.
O grupo de operários que aderiu ao PDV já estava afastado da produção desde julho em esquema de “layoff”, no qual os contratos de trabalho são suspensos e parte dos salários — R$ 1,4 mil a cada empregado — é financiada pelo governo com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Em dezembro do ano passado, a Volvo já tinha demitido 206 trabalhadores. Agora com cerca de 3,5 mil empregados — entre áreas de produção e departamentos administrativos —, a montadora avalia estar com um quadro equilibrado, embora não descarte novas medidas de ajuste em caso de agravamento da crise na indústria nacional de veículos comerciais, onde as vendas de caminhões caem 46,5% e as de ônibus, 38,4%.
A abertura do PDV foi uma das soluções negociadas em maio para adiar a demissão de até 600 trabalhadores, o que provocou, na época, uma greve de três semanas na fábrica da Volvo, a mais longa desde que companhia iniciou a produção em Curitiba, há 36 anos. No pacote, a empresa acertou ainda aplicar no reajuste salarial de setembro apenas a correção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), dando fim ao ciclo de ganhos acima da inflação na Volvo. Também flexibilizou o pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR), reduzindo o benefício a um valor equivalente ao corte no volume produzido. Tanto em 2013 como em 2014, a Volvo pagou a maior PLR entre as montadoras do país: R$ 30 mil em cada ano.
A contrapartida da Volvo era não demitir até este mês. A montadora, entretanto, não deu garantia de que preservaria os empregos depois desse período.
Neste ano, as vendas de caminhões da marca sueca caem 56,4%, enquanto as de ônibus encolhem 50%. Desde segunda-feira da semana passado, o complexo em Curitiba está totalmente parado em virtude das férias de fim de ano, dessa vez mais longas do que o normal. A retomada da produção só está prevista para 11 de janeiro, num total de cinco semanas de paralisação.
FONTE: Valor Econômico