Os fretes cobrados pelas transportadoras mineiras deverão ser reajustados em aproximadamente 4% neste início de ano. A elevação foi impulsionada pelo aumento da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) incidente sobre combustíveis em Minas Gerais. Esse valor referencial passou de R$ 3,1252 para R$ 3,1428 no dia 1º de janeiro deste ano. O encarecimento do serviço deverá agravar a situação do setor de transporte de cargas no Estado, que já inicia 2016 com projeção de baixa no faturamento na casa dos 10%.
“Ao longo de 2015, nós seguramos os reajustes diminuindo nossas margens. Mas chegou em um ponto que não dá mais. Vamos ter que aumentar o frete mesmo se o cliente não concordar porque o setor já está no vermelho”, afirma o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Vander Francisco Costa.
Ele explica que em alguns contratos de longo prazo existe uma cláusula de reajuste automático em caso de aumento dos custos. Mas para os demais casos é necessária uma negociação, que já está em curso.
Em 2015, o setor amargou redução de 30% no faturamento frente a 2014. O motivo foi a queda da demanda em decorrência do mau momento econômico do País. Para este ano, o esperado é que haja uma queda de 10%, estimulada também pela alta do serviço prestado às empresas.
Os reflexos da alta dos valores de referência para a cobrança de ICMS em Minas Gerais deverão ser sentidos ao longo do mês nas bombas, segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Bráulio Chaves. “A política de preços é livre e varia de acordo com cada posto. Mas tendo um aumento na tributação, o normal é que haja um repasse para o preço ao consumidor”, afirma.
Diesel
Conforme último levantamento divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana terminada no dia 2 de janeiro, o preço médio do diesel em Minas Gerais era R$ 2,977. Comparado com janeiro de 2015, houve uma alta de 14% no valor cobrado pelo combustível, que custava R$ 2,611 no período.
Chaves explica que ao longo de 2015 aconteceram várias revisões na tributação, levando ao encarecimento do valor final do combustível. Além disso, o custo logístico e de produção também aumentou no período. Apesar de essa realidade ser a mesma em todos os estados, em Minas Gerais a situação é agravada por causa da alíquota do ICMS. Enquanto no Estado a alíquota é de 15%, nos estados limítrofes é de 12%, tornando a concorrência desleal. “É muito comum os transportadores deixarem de abastecer nos postos mineiros para dar preferência aos dos outros lugares. Vários estabelecimentos estão fechando por dificuldade de competir”, afirma.
Os demais combustíveis também estão passando por um momento de elevação no Estado pelo mesmo motivo. O valor de referência da gasolina comum passou de R$ 3,6601 para R$ 3,7845. Já da gasolina premium saiu de R$ 4,7214 para R$ 4,8495. O etanol hidratado aumentou de R$ 2,6880 para R$ 2,7853.
Por ser em todos os combustíveis, essa maior tributação afeta ainda mais os postos localizados no Estado. “Existe uma desaceleração geral da economia. Então já venderíamos menos mesmo porque as pessoas passam a usar menos os carros e os transportadores passam a fazer menos carretos. Mas a alta dos combustíveis torna o momento ainda mais complicado”, afirma Chaves.
FONTE: Diário do Comércio
FONTE: Diário do Comércio