Com a alta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do diesel, que passou a valer nesta sexta-feira (1º), alguns postos já estão reajustando o preço do litro nas bombas em até R$ 0,20, e elevando os valor para casa dos R$ 3,11. O aumento supera as projeção do presidente da Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística de MS), Cláudio Cavol, que previa um acréscimo de R$ 0,15.
A equipe de reportagem pesquisou os preços em sete postos de Campo Grande, e em pelo menos cinco deles o litro do diesel já está mais caro. Na região central o valor médio é R$ 3,15, e no anel viário o combustível está sendo comercializado a R$ 3,13.
Os estabelecimentos que optaram por segurar o preço até segunda-feira (4), estão vendo o litro do diesel entre R$2,89 e R$ 2,92.
A alta no ICMS foi motivada pela diminuição do consumo combustível em Mato Grosso do Sul, que caiu de 651 milhões de litros entre julho e 30 de novembro 2014, para 646 milhões de litros no mesmo período de 2015.
O resultado vai contra o acordo feito entre o governador Reinaldo Azambuja, os postos de combustível e os sindicatos de transportes de cargas pesada, onde comerciantes e consumidores se comprometeram a diminuir os preços e aumentar o consumo para que a diminuição da alíquota não impactasse os cofres públicos.
No dia 1º de julho de 2015 o governador sancionou o projeto que reduzia de 17% para 12% a alíquota do ICMS, em caráter de teste, até 31 de dezembro, para que a redução fosse avaliada.
O sindicato rebateu a decisão, explicando que cenário de crise nacional, o pouco tempo e resistência dos postos de combustíveis em repassar os valores, justificam a queda do consumo. “Nós achamos que o tempo foi muito curto para que pudéssemos aumentar realmente esse consumo interno, principalmente desses caminhões que só cruzam o nosso Estado. Os postos de gasolina também não se adequaram com os preços, não reduziram como deveriam ter reduzido. Aliando isso a crise econômica do Brasil, onde houve uma redução de 8% no consumo de diesel, não conseguimos o aumento de arrecadação esperado pelo governo do Estado”, alegou Cavol.
O governo do Estado não descarta repetir a medida, mas deve esperar a conclusão da CPI que apura eventuais irregularidades nos preços praticados na distribuição e comercialização do óleo diesel nos postos sul mato-grossenses, para discutir a possibilidade.
A CPI foi criada no dia 1º de novembro de 2015, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). O prazo para conclusão dos trabalhos é de seis meses, ou seja, até 1º de maio.
FONTE: Grande FM