Poucos conhecidos, porque as empresas que já foram vítimas relutam em falar por vergonha, os furtos de cargas provocados por transportadoras fantasmas superaram a casa dos 140 mil dólares no ano de 2014. A informação refere-se ao setor de cargas nos Estados Unidos e está sendo levado a público pelo vice-presidente e gerente de subscrição para transportes terrestres região das Américas da XL Catlin, Alexander McGinley.
De acordo com o executivo, antes o alvo eram os caminhões parados em estacionamentos e pontos de descanso, mas devido ao amplo uso de GPS, fechaduras de alta tecnologia e de outras medidas de segurança adotadas pelas transportadoras, os ladrões de carga estão adotando novos métodos, como a criação de companhia de transportes fantasma.
Ainda de acordo com McGinley, a empresa de segurança CargoNet informa que este tipo de fraude esteve presente em cerca de 10% de todos os roubos de carga nos últimos anos.
“Algumas estimativas colocam as perdas totais com roubos de carga em US$ 15 bilhões ou até mais. Outros dizem que o roubo acrescenta até 20% de custos dos bens de consumo”, diz.
As empresas que foram vítimas relutam em falar porque têm vergonha de dizer que não fizeram a devida avaliação das transportadoras e dos motoristas contratados. Além disso, a maioria dos Estados não têm leis criminais separadas que cobrem roubo de carga.
McGinley cita ainda que embora os ladrões estejam interessados em eletrônicos, esses itens são facilmente rastreáveis. Por isso, o maior alvo é o setor de alimentos e bebidas (cerca de 30% dos carregamentos fictícios), cujos produtos são fáceis de vender no mercado negro e difíceis de rastrear. Keith Lewis, vice-presidente de Operações da CargoNet, diz: “nunca vi um número de série em um pacote de frango e quando o frango é consumido, a prova se foi.”
No Brasil, o alimentícios, cigarros, confecções e eletroeletrônicos lideram a lista, pois são comercializados no varejo, devido à fácil distribuição e a difícil identificação de origem. Cyro Buonavoglia, presidente da Buonny, a maior gerenciadora de riscos do Brasil, Diante de tudo isso, o gerenciamento de riscos é indispensável, inclusive, os modelos usados no País já se tornaram referência mundial nessa prática, principalmente no México e Argentina.
Ele lembra que as tecnologias são ferramentas fundamentais para a gestão de riscos das operações, porém, devem sempre buscar dispositivos que dificultem ou impeçam as ações marginais. “A evolução das ferramentas devem andar à frente do modus operandi das quadrilhas. É importante destacar que as tecnologias para nada servem se os seus recursos não forem bem programados e utilizados pelas centrais de monitoramento com ações de pronta resposta”, destaca.
Ainda de acordo Cyro, atualmente os roubos estão concentrados principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, considerando tanto a área urbana quanto as rodovias. “A Rodovia Anhanguera (recordista em incidências), Via Presidente Dutra e Castello Branco estão no topo da lista de ocorrências. A região Sudeste detém um pouco mais de 81% dos roubos no pais, contidos nessa região; São Paulo e Rio de Janeiro aparecem com quase 75%”, conclui.
FONTE: O Carreteiro