Mais de 6,5 mil motoristas profissionais estão com a carteira de habilitação bloqueada no Rio Grande do Sul devido à exigência do exame toxicológico. Eles esperavam que a medida fosse barrada após o Detran gaúcho ingressar com uma ação na Justiça, mas o pedido foi negado. A lista com os laboratórios credenciados a aplicar o teste está disponível no site do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) – cada um deles tem diversos pontos de coleta.
O torneio mecânico Leomar Nardi trabalha como caminhoneiro quando precisa de uma renda extra, mas desde o dia 2 de março precisa passar pelo teste para poder dirigir o veículo. Apesar de concordar com a importância da medida, ele reclama do alto preço do exame, que segundo o Detran varia entre R$ 285 e R$ 385.
"Nada contra o exame. É muito válido, porque vai fazer uma seleção das pessoas responsáveis ou não, só que tem de tornar isso acessível para todo mundo. Fica inacessível. Nesse valor, tem muito motorista que vai desistir. Eu sou um que estou pensando em rebaixar a minha carteira. Não tem condição desse jeito", desabafa.
Na ação judicial, o Detran argumentava que havia poucas clínicas para coletar o material. No estado, os seis laboratórios credenciados reúnem 190 pontos de coleta, em 69 municípios. Três estabelecimentos fazem os testes no país e os outros três enviam o material para os Estados Unidos.
Motoristas de caminhão defendem que a lei deveria valer para todos os profissionais. Hoje o exame é obrigatório para as categorias C, D e E. "Não são só os caminhoneiros que usam drogas. A gente sabe que muita gente usa. Tem gente que não usa, é claro, mas a culpa dos acidentes não é só nossa", diz a motorista Maiara Rodrigues.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) ainda não ingressou com o recurso, e segue estudando a possibilidade.
Confira as redes coletoras dos seis laboratórios credenciados:
Labet
Contraprova
Maxilabor
Psychmedics Brasil
Sodré