Num país em que cerca de 60% das cargas são movimentadas por caminhões, existem quase 1.736 mil km de vias rurais.
A extensão é razoável, quando comparado com outros países. No entanto, o quadro muda de figura quando se constata que, deste total, apenas 218 mil, ou seja, 12,6% são pavimentados. Numa comparação com países do G-20, o Brasil fica na lanterna neste quesito. O penúltimo é o México, com 36,1%. Sete países da Europa têm suas vias totalmente pavimentadas. Países de grande extensão territorial, como China (79,2%), Rússia (79%), Estados Unidos (67,2%) ou Austrália (41,6%) estou todos bem à frente.
Os Estados Unidos, em particular, têm 6.506 mil km de estradas, das quais 4.375 mil km, pavimentadas.
Eis uma fonte do Custo Brasil. Estudos do extinto GEIPOT revelam que o custo operacional de um caminhão aumenta 56% quando se passa de uma rodovia (via pavimentada) para uma simples estradas (via não pavimentada).
Se quantidade a desejar, o mesmo acontece com a qualidade. Segundo levantamento de 2015 da CNT, 57,3% das rodovias apresentam estado de conservação péssimo, ruim ou deficiente. Somente 37.9%, portanto, estão em condições ótimas ou boas.
Eis aí outra fonte do Custo Brasil. Estudos de DECOPE/NTC concluíram que, enquanto o pavimento em estado Ótimo não há incremento no custo operacional de um caminhão. Um pavimento em bom estado acarreta acréscimo de 18,8%. Este percentual chega a 41% para rodovias na condição regular, atingindo 65,6% se a via tem estado ruim. Já as rodovias com pavimento Péssimo chegam a aumentar o custo em 91,5% (gráfico).
Ponderando estas variações com base no estado de conservação das rodovias, a CNT concluiu que o aumento do custo Brasil relacionado às condições das rodovias chega a 26%, sendo maior no Norte (37,6%), Centro Oeste (27,5%) e Nordeste (26,2%) que no Sul (25,7%) e Sudeste (20,8%).
Conclui-se, assim, que parte do custo elevado dos produtos que chegam às lojas ou supermercados deve-se à má gestão das rodovias.