Os trabalhadores do setor de transporte de carga são aqueles que apresentam a maior perda auditiva, segundo estudo realizado pela Faculdade de Ciências Médicas, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que comparou exames de audiometria de cinco categorias profissionais. A pior média na audição da categoria é de 17 decibéis. Ao analisar trabalhadores de diversos setores, a pesquisa indicou ainda que a intensidade do ruído é o fator predominantemente prejudicial, independentemente do espectro da frequência.
O levantamento, realizado pelo otorrinolaringologista Alexandre Scalli Mathias Duarte para a elaboração de sua dissertação de mestrado, contou com mais de duas mil audiometrias. Foram analisados transportadores de carga, trabalhadores da indústria metalúrgica, calçadista, cerâmica e cervejeira. Todas as empresas contavam com equipamentos de proteção individual, mas a falta de sua utilização é apontada como a principal hipótese para que os caminhoneiros, tratoristas e motoristas em geral tenham registrado o pior resultado. Nas demais categorias analisadas, a perda auditiva variou entre 11 e 13 decibéis.
“Os profissionais saem da empresa e tiram o equipamento de proteção, já que lá fora não tem fiscalização, acarretando o rebaixamento auditivo. Antigamente, os veículos de carga eram mais ruidosos. Hoje, as cabines são bastante isoladas acusticamente, tem um fator proteção da evolução da própria máquina. Por conta disso, acreditamos que a médio ou longo prazo se iguale aos demais trabalhadores”, explicou o pesquisador. Ao comparar categorias expostas a diferentes tipos de ruídos, Duarte concluiu que o tempo de exposição e a intensidade pioram a audição, e que esse processo não está relacionado à natureza do barulho.
FONTE: O Liberal
FONTE: O Liberal