A Caravana Siga Bem mais uma vez toma as estradas do país, e com ela, uma nova equipe passa a integrar a turma do comboio da cidadania. Um desses novos rostos é a caminhoneira Priscila Ferraz de Oliveira. Única caminhoneira entre os motoristas desta edição, Priscila, integrante da equipe do eixo Norte, vai levar para as estradas o tema Direitos Humanos.
Além de motorista, Priscila vai encarar os palcos como personagem da peça “Ó Xente! E os Direitos da Gente?”. Até a Caravana, a única experiência teatral da caminhoneira foi na escola. Em casa, o irmão Douglas Peter de Oliveira, que é ator, a ensinou muito sobre a arte de atuar. “Já o ajudei a decorar textos e vou ao teatro assistí-lo, mas nunca fiz nada diretamente na área, estou surpresa comigo”, afirma.
Guerreira das estradas
Fé, força de vontade e espírito batalhador são marcas registradas de Priscila, orgulho dos pais Iraci Ferraz de Oliveria e Julio Bibiano de Oliveira, fãs da filha motorista. “A primeira vez que minha mãe me viu em um caminhão, quase chorou de emoção. Ela não acreditava naquela cena. Meus pais sempre ficaram orgulhosos do meu crescimento profissional, mas não surpresos, porque sempre souberam do meu gosto por dirigir”, afirma.
Um sonho de criança
O sonho de trabalhar como motorista começou cedo, aos 14 anos. No entanto, chegar até o objetivo foi um caminho longo. Vendedora em uma loja de bolsas, caixa em uma casa Lotérica e cobradora de ônibus foram alguns dos trabalhos antes de entrar na carreira de motorista.
Nos 13 anos como motorista de carros menores, Priscila trabalhou desde empresas que faziam manutenção de caixas eletrônicos até outras especializadas em peças e motores de carros e caminhões. A oportunidade de dirigir os pesados caiu em seu colo em uma empresa especializada em fazer testes de cargas. “Surgiu a oportunidade de testar caminhões, então mudei minha categoria e peguei o gosto pelo pesado. É totalmente diferente dirigir um caminhão, a vista na estrada em cima de um caminhão é incrível, é uma delícia.”, declara.
Exemplo para outras mulheres
Mais do que levar mensagens de valorização da categoria aos caminhoneiros de todo o país, Priscila vai aproveitar a ocasião e incentivar outras mulheres a entrarem na profissão. “ Ser caminhoneira não é é um trabalho fácil, mas se a mulher gostar da área, eu incentivo sim! Tem que enfiar a cara, ir pra cima e se dedicar, pois assim a gente pode vencer qualquer tipo de barreira”, encoraja.
Além de inspirar outra mulheres na profissão, Priscila vai levar a mensagem de combate à violência contra a mulher para o trecho. “Levar essa mensagem não é um peso pra mim. É uma responsabilidade muito grande, mas também um orgulho enorme. Como ser humano e cidadã, a gente tem que fazer nossa parte. Eu nunca sofri nenhum tipo de agressão, mas conheço pessoas que sofreram, e acho muito importante levar esse conhecimento para as pessoas, e para as mulheres principalmente. Elas merecem respeito e devem denunciar, porque serão protegidas e resguardadas”, afirma.
FONTE: Caravana Siga Bem