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Levantamento aponta grave defasagem no frete

A NTC&Logística divulgou ontem (4) durante o Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado (CONET), ocorrido em Bento Gonçalves (RS), os resultados de uma pesquisa com empresas do segmento. Os números obtidos são alarmantes e indicam claramente como o setor de transporte de cargas foi afetado pela atual crise econômica brasileira. 
Freada da economia doméstica, perda do grau de investimento, juros altos, crise política, impeachment da presidente em curso e desvalorização da moeda brasileira criaram um cenário de grande incerteza e dificultaram a tomada de decisões do setor produtivo. E o setor de transporte rodoviário de carga não ficou imune a este cenário.
O levantamento feito pela NTC revela que 77% das empresas do setor tiveram queda no faturamento no primeiro semestre de 2016. Essa queda é resultado dos descontos nominais concedidos no frete neste período, que alcançaram 2,6% (real 10,4%) e do menor volume de carga transportado que caiu em média 12,5%. A NTC constatou ainda que 86% das transportadoras enfrentam o problema do atraso no recebimento dos fretes. A consequência direta é a constatação de que 65% das empresas tem caminhões parados, atingindo 11% da frota.
A NTC alerta que a solução para os números apresentados não é a redução do valor do frete, segundo a entidade essa atitude já resultou no fechamento de transportadoras com terminais lotados de carga. O presidente da NTC, José Hélio Fernandes, comenta, Observamos pela pesquisa que grande parte dos entrevistados manteve ou deu desconto no frete, que já sabemos ser defasado, e apenas 19% conseguiram o reajuste. Segundo o levantamento há uma defasagem a ser eliminada entre o frete cobrado e os custos de transporte apurados pela NTC, que atingiu em julho, 9,81% no transporte de cargas fracionadas e 22,9% no transporte de cargas fechadas (lotações).
Diante dos números apresentados a NTC orienta, "aquelas empresas que não ajustaram seus preços aos novos custos devem fazê-lo o mais rápido possível, antes que os mesmos agravem de forma irreversível as suas finanças e comprometam o seu futuro"
A entidade ressalta ainda que a melhora efetiva das expectativas requer a aprovação e a implantação de uma série de reformas institucionais, o que depende de complexas e difíceis negociações políticas entre Executivo e Legislativo. Mas que a perspectiva de ter um novo presidente, após a interinidade, parece ter estabelecido um piso para a queda da economia e, tudo leva a crer que em 2017 haverá uma recuperação. 

TEXTO: Lucas Duarte
Blog Caminhões e Carretas 
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