Facchini

Mercedes oferece R$ 100 mil a quem aderir a PDV em São Bernardo

A Mercedes-Benz anunciou hoje acordo com os trabalhadores para tentar mais uma vez, por meio de um programa de demissões voluntárias, resolver o problema de ociosidade na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), na qual são produzidos caminhões e ônibus.
Em assembleia pela manhã, os empregados aprovaram a proposta. Havia uma ameaça de demissão de mais de dois mil trabalhadores.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, atingida a meta de 1,4 mil inscritos no PDV, a empresa se comprometeu a gerenciar o restante do excedente utilizando mecanismos como o layoff. Dessa forma, fica garantida estabilidade no emprego até dezembro de 2017.
Por outro lado, os trabalhadores tiveram, que aceitar, em troca, congelamento de reajuste salarial. Segundo comunicado da empresa, não haverá reposição da inflação de 2016 nos salários do próximo ano.
No início do mês, a direção da montadora anunciou que a fábrica de São Bernardo operava com excedente de 2,67 mil empregados e que já havia esgotado todas as ferramentas de flexibilização de jornada e suspensão temporária do trabalho. Paralelamente, concedeu licença remunerada a todos os cerca de 9 mil empregados.
Mas nem todos ficaram em casa. Sob o comendo do sindicato, os metalúrgicos da Mercedes fizeram protestos e passeatas, que incluíram bloqueios na via Anchieta, a principal via de acesso ao litoral sul de São Paulo. Segundo o sindicato, o novo PDV oferece como atrativo benefícios para quem tem menos tempo na empresa.
O programa de demissões voluntárias ficará aberto até o dia 31 e oferecerá o valor único de R$ 100 mil, independente do tempo de casa, idade ou setor.
Em comunicado, a Mercedes destacou que nas negociações com o sindicato reiterou a necessidade de reduzir o excesso de pessoas diante de uma ociosidade permanente nos últimos dois anos, acima de 50%, “o que tem comprometido a sua operação no país”.
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