A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial de uma fabricante de ônibus de Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul. No dia 1º de setembro, a Comil demitiu 850 dos 1,8 mil funcionários por dificuldades financeiras. Além disso, a empresa acumula uma dívida de R$ 430 milhões.
A decisão é do juiz de direito Juliano Rossi, da 2ª Vara Cível de Erechim, e foi tomada na quarta-feira (14). A empresa alegou que os problemas financeiros são decorrentes da crise financeira no mercado do setor, do investimento em nova planta industrial sem o retorno esperado e da inflação que gerou o aumento dos preços das principais matérias-primas.
Outro motivo apresentado foi a inadimplência do governo Federal.
Além das demissões em Erechim, a empresa teve que fechar uma fábrica em São Paulo. A intenção da Comil, segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), é obter "fôlego" para garantir fluxo de caixa às suas operações e pagar os funcionários restantes.
O juiz considerou que a empresa comprovou a necessidade da recuperação judicial diante da grave situação econômico-financeira que enfrenta. Agora, com a medida, ficam suspensas todas as ações e execuções contra a Comil.
A Justiça também nomeou um administrador judicial que deverá receber mensalmente da empresa os balancetes, enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores.
Segundo o juiz, como existe um "imenso" número de credores, foi determinado que a empresa forneça, em 15 dias, uma relação detalhada, com a descrição do valor atualizado e a classificação de cada crédito.
FONTE: G1