Facchini

Motorista de caminhão apaixonada pela profissão dá dicas para dirigir na estrada

Aos 39 anos, quando muitas pessoas acham que é tarde para tentar algo novo, a paulistana Ruzimelia Basso mudou radicalmente de vida: deixou de trabalhar como vendedora e virou motorista de caminhão. Apesar de sempre ter gostado de dirigir, ela nunca pensou em fazer disso uma profissão – muito menos guiando um caminhão.
“Quando fiquei desempregada, um conhecido me disse que uma transportadora estava contratando mulheres. Pensei ‘por que não?’. Ele me indicou para a vaga, tirei a habilitação para dirigir veículos de grande porte e comecei a trabalhar”, conta Ruzi.
Essa mudança radical foi há 10 anos e ela já passou por empresas de diferentes segmentos, sempre no banco do motorista. “Trabalhei muito tempo fazendo transporte carga eletrônica, como notebook e computador. Viajava para outros estados e, apesar de irmos sempre de comboio, com um caminhão atrás do outro, eu ia sozinha no meu”.

Dicas para dirigir na estrada
Para espantar o cansaço das longas horas de estrada e se manter atenta ao volante, Ruzi coloca em prática algumas dicas bem simples. “Sempre paro nos postos para ir ao banheiro, beber água, esticar as pernas. Se for preciso, durmo um pouco no caminhão antes de continuar. A gente tem que ser bem cuidadosa, né?”, pondera.
Na hora de dirigir em situações adversas, como com chuva e durante a noite, o cuidado é ainda maior. “Sempre mantenho a velocidade mais baixa do que a máxima da rodovia. Quando chove, a pista fica muito escorregadia e para os caminhões isso é ainda pior. Ele é pesado (ainda mais de estiver carregado) e fica difícil de controlar, dá trabalho para frear. Tem que ir devagar mesmo”, ressalta a motorista.
Atualmente, Ruzi trabalha em uma empresa de serviços urbanos, o que fez diminui o número de viagens, mas não o tempo ao volante. “Dirijo caminhão pipa, caminhão de entulho, enfim, o que precisar. O bom é que sou bem recebida em qualquer lugar. As pessoas ficam admiradas quando veem mulher dirigindo caminhão grande e no trabalho todos os colegas me tratam muito bem”, diz.
Ela admite que, em uma manobra ou outra, já ouviu um “vai pilotar fogão!”, mas acha até graça. “Ué, eu piloto fogão e piloto caminhão. E faço os dois muito bem!”, diverte-se. Segundo ela, esses comentários preconceituosos são raridade e não fazem com que ela perca a paixão pela profissão. “Gosto muito de dirigir. Me sinto livre, vejo movimento, pessoas. Quero continuar até me aposentar”, finaliza.
FONTE: MT Agora
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