Basta vasculhar a internet rapidamente para encontrar dezenas de histórias emocionantes de mulheres que optaram pela carreira de caminhoneira.
Isso demonstra que a conquista por espaço aumenta a cada dia. Porém, ainda é muito difícil encontrar dados consolidados sobre o número de mulheres que assumem a boleia.
Essa escassez de informação reflete bem o cenário estreito que se forma para a caminhoneira no Brasil. Ainda que haja melhorias, essa profissional ainda recebe pouca atenção e passa por situações complicadas.
Dificuldades enfrentada pelas mulheres nas estradas
Sair para longas jornadas de trabalho e deixar a família já é muito difícil. Mas as mulheres, diferente dos homens, ainda encaram outros desafios e adversidades enquanto caminhoneiras, como:
- Pontos de descanso com estrutura desfavorável. Muitos sequer possuem sanitário feminino.
- Machismo e falta de respeito.
- Possibilidade de sofrer atos de violência sexual.
- Preconceito tanto dos profissionais da área quanto da sociedade.
Mercado de trabalho
Até mesmo os números da representação das mulheres no mercado de trabalho estão desatualizados.
Registros da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, de março de 2010, a mais recente especializada no mercado feminino, mostram que no ano de 2009 as mulheres eram minoria nas categorias de Indústria, Construção, Comércio, Serviços prestados a empresas e Outros serviços – o que certamente inclui a atuação como caminhoneira -, sendo que 94,5% estavam ocupadas no serviço doméstico.
É claro que em sete anos houve mudanças e, por esse motivo, hoje é possível encontrar a mão de obra feminina em empresas transportadoras e até mesmo no modelo de trabalho autônomo em maior número.
Além disso, as mulheres têm se mostrado capaz de oferecer uma vantagem valiosa nas tarefas.
Apesar dos números ainda serem muito baixos, o mercado aceita bem a presença da mulher caminhoneira. E o principal motivo é o fato delas serem mais cuidadosas do que os homens na direção e também ficarem mais atenta aos cuidados dos caminhões, o que aumenta a vida útil e evita muitos acidentes.
Segundo o Detran do Paraná, “as mulheres têm mais atenção e prudência no trânsito“, motivo que a instituição afirma levar as seguradoras de veículos a oferecem vantagens para as motoristas. Em março de 2015, pesquisas do departamento de trânsito paranaense indicaram que houve um aumento de 30% no número de mulheres dirigindo.
No Brasil, quando estão na boleia, as mulheres somam 176 mil habilitadas para guiar todos os tipos de caminhões, sendo 13,7 mil delas com especificação para carreta.
Esses números, embora baixos, demonstram um maior interesse feminino nesse mercado. Possivelmente, esse é um resultado de uma melhora na recepção das empresas em relação à aceitação da mulher.
Há um longo caminho pela frente, mas com as companhias e a sociedade abrindo mais espaço, as mulheres terão mais chances de conquistar melhorias para o trabalho.
Você é caminhoneira? Deixe um comentário contando como é seu dia a dia.
FONTE: Revista Caminhoneiro