Desde a zero hora de hoje (06) estão em vigor os novos valores de pedágio cobrado ao longo da BR-163, em Mato Grosso. Aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o reajuste anual vale para as nove praças de pedágio existentes na rodovia federal – e tem como base o índice da inflação do período (IPCA).
O novo valor varia de R$ 3,80 a R$ 7,00, de acordo com a distância de cada praça. Em média, há um pedágio a cada 100 quilômetros. Responsável pela estrada federal desde 2014, a Concessionária Rota do Oeste informou que, na prática, os preços terão acréscimos que variam entre R$ 0,40 e R$ 0,90.
A cobrança praticada em cada praça de pedágio varia de acordo com a sua área de abrangência, definida no contrato de concessão. Em Itiquira, por exemplo, o preço para a categoria 1 de veículo passará de R$ 4 para R$ 4,50. Em Sorriso, a taxa subirá de R$ 6,10 para R$ 7. Em Rondonópolis, sobe para R$ 5,10 e, em Santo Antônio de Leverger, para R$ 4.10.
“O índice de reajuste definido e aprovado pela Agência é de 13,2%. A maior parte dele é referente à inflação no período de 12 meses, que foi de 8,74%. O restante do acréscimo, 4,46%, é referente à Lei dos Caminhoneiros, que entrou em vigor em março de 2015. O texto da legislação isenta a cobrança de eixos suspensos de caminhões vazios e dobra a tolerância do peso por eixo nos veículos comerciais. Este caso se aplica a todas as concessões federais do Brasil”, informou a Rota do Oeste.
A arrecadação do pedágio é considerada a única atividade que remunera os investimentos realizados pela concessionária e garante serviços como os atendimentos médicos e de guincho, a inspeção e a conservação contínua da rodovia e as obras de duplicação e recuperação.
INVESTIMENTO
A Rota do Oeste informou que, desde 2014, investiu cerca de R$ 1,6 bilhão em obras de recuperação, duplicação e serviços operacionais na rodovia. Em março deste ano, por exemplo, entregou 117 quilômetros duplicados.
Já o serviço de recuperação compreende 653 quilômetros de pista. Um exemplo é a Rodovia dos Imigrantes, onde os usuários levavam até cinco horas para trafegar um percurso de 28 quilômetros. Atualmente, são necessários em torno de 40 minutos, em média.
Porém, para os caminhoneiros Antônio Antunes, de 58 anos, e Manoel Inácio da Silva, 50, os valores cobrados não correspondem aos serviços prestados. “Com a privatização melhorou, mas ainda há muitos problemas, como a falta de duplicação”, disse Silva. “No meu ponto de vista há muitos remendos. Eles tampam os buracos e a pista fica com muita trepidação. Tem que melhorar muito”, acrescentou Antunes.
Parados em posto de combustível na BR 163/364, na saída para Rondonópolis, Silva veio de Goiás e Antunes de Santa Cantarina para Cuiabá. Os dois caminhoneiros afirmam que gastam entre R$ 250 e R$ 300 com pedágio ao longo das estradas por onde trafegam.
OBRAS
A Rota informou também que de setembro de 2015 a 18 de junho de 2016, realizou um trabalho de recuperação de pavimento, sinalização e limpeza da BR-364, de Cuiabá e Rondonópolis, com exceção da Serra de São Vicente, trecho de responsabilidade do DNIT, porém a Rota do Oeste foi acionada pela ANTT para realização desse trabalho emergencial, que já teria sido concluído.
Atualmente, a empresa recupera o trecho de Cuiabá a Rosário Oeste, que compreende 108 quilômetros de rodovia, e as travessias urbanas de Nova Mutum e Sorriso, que eram de responsabilidade do DNIT.
Já na próxima semana, a Rota do Oeste inicia um novo trabalho de recuperação na Rodovia dos Imigrantes, onde será feita a recuperação dos 28 quilômetros. A empresa conta ainda com dois canteiros mobilizados em Nova Mutum e aguarda liberação do financiamento pelo BNDES para iniciar as atividades de duplicação no norte do Estado.
O financiamento de longo prazo faz parte do acordo entre o Governo Federal e as concessionárias vencedoras do terceiro lote de leilão, realizado em 2013. Até o momento, segundo a Rota Oeste, nenhum valor foi liberado às concessionárias, o que tem inviabilizado o andamento dos trabalhos em todo o país.
FONTE: Diário de Cuiabá