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Principais fatores de desinteresse da profissão de carreteiro

Ser motorista de caminhão sempre teve um pouco de romantismo, seja pela possibilidade de poder explorar as estradas dentro e fora do País, ter liberdade para ir e vir e realizar um sonho de infância, ou até mesmo de dar continuidade à profissão herdada do pai ou avô. Todas essas circunstâncias envolvendo a imaginada rotina do carreteiro encantaram jovens das décadas de 70, que abandonaram os estudos acreditando que seriam os donos do seu próprio negócio trabalhando na estrada, livres, e ainda com perspectiva de obter sucesso profissional. Uns poucos conseguiram, enquanto a maioria continuou batendo marchas e brigando pelo frete.
Motoristas mais velhos lembram que no passado era fácil conseguir frete. Dizem que havia menos roubos de carga e os transportadores solicitavam apenas a Carteira de Habilitação do motorista e uma condução responsável. Transportadores não exigiam cursos, palestras ou treinamento. A profissão era mais valorizada pela sociedade, que enxergava o caminhão como o principal meio para ter acesso às novidades.
De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Júlio Simões – braço social da companhia JSL – antigamente a profissão era passada de pai para filho, que ainda muito jovem iniciava a vida na estrada. Atualmente a profissão atravessa um período de amadurecimento. Pelos dados do levantamento, mais da metade dos entrevistados inicia a carreira em torno dos 36 anos e, como consequência, cresce também a participação no mercado daqueles profissionais que já poderiam se aposentar e continuar na estrada.
Nos últimos três anos, a presença de profissionais com mais de 55 anos de idade triplicou e já representa quase 10% do mercado. Pesquisa CNT de Perfil dos Caminhoneiros 2016, também mostra que os profissionais têm em média 18 anos de profissão e mais de 44 anos de idade.
Hoje, existe o risco de assalto e roubos, custo alto do combustível, valor baixo do frete e baixa expectativa de crescimento. Assim, poucos querem se submeter a arriscar a vida na profissão. Os próprios motoristas pararam de incentivar seus filhos a ganhar a vida na estrada. A pesquisa mostra também que dos 1.066 caminhoneiros entrevistados, 60,6% acham a profissão perigosa, 34,9% desgastante e 32,1% dizem que compromete o convívio familiar.
A nova realidade acabou com o romantismo que envolvia a atividade, porém contribuiu para profissionalizar o carreteiro, que para se manter competitivo se atualiza, faz cursos, busca informações em feiras do setor, se preocupa com a aparência e enxerga o caminhão mais como um negócio do que um veículo que serve só para transportar carga.
O novo carreteiro se transformou no principal formador de opinião dentro das transportadoras, das quais muitas já começaram a se preocupar em treinar e preparar seus motoristas, para que estes estejam atualizados com o setor e suas tendências.
Para o diretor executivo de operações da JSL, Adriano Thiele, hoje em dia existe uma preocupação das empresas e dos próprios motoristas em fortalecer a profissão. “Percebemos que junto com o amadurecimento profissional houve uma transformação do setor. A imagem do motorista bronco caiu em desuso e ganharam espaço os profissionais liberais, organizados em pequenas empresas ou cooperativas, que investem em veículos modernos, cercados de tecnologia e que utilizam aplicativos para fechar contratos”, afirma.
FONTE: O Carreteiro 

15 Comentários

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  1. Em parte é verdade, parei de viajar por conta do perigo e o tempo longe da família.
    Mas tem muita gente querendo entrar na profissão, o problema é oportunidade algumas empresas abre escola pra motorista aprendiz, mas são muito poucas as que dão oportunidade, tem muita gente só esperando por uma.

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    1. Pode citar quais as empresas que abre escola pra motorista aprendiz?
      Tenho muita vontade não tenho experiência com carreta e tenho todos os cursos da resolução 168
      66 999342936 meu zap

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  2. Eu mesmo tenho vontade de entrar na profissão, fiz cursos e tudo mais só pelo fato de não ter experiência na carteira não tenho oportunidade de emprego, brasil um país de poucos.

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  3. Eu mesmo tenho vontade de entrar na profissão, fiz cursos e tudo mais só pelo fato de não ter experiência na carteira não tenho oportunidade de emprego, brasil um país de poucos.

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  4. O dia que acabar a safadeza por parte de gerenciadoras de risco e transportadoras que barram um profissional pelo simplês fato de ter dívidas em spc e serasa voces vão ver que tem muito profissional competente precisando trabalhar ! Ou quem tem contas a pagar é bandido? Acho que não , bandidos não procuram emprego de motorista!
    País de merda !
    Valores invertidos!

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    1. tô de acordo esse é um dos graves problemas encontrado pela categoria bandidos não procuram emprego e o pior não tem quem socorra os que estão nessa situação.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Isso um pouco é só estatísticas, interesse muitos tem, o problema é a falta de oportunidade para os que não tem experiência em carteira.

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  7. Esqueceram de comentar,as humilhações que esse profissional tem que passar é o baixo ganho para passar mais de dez horas no volante,esperar até dois dias pra liberarem uma carga por aguardar um carimbo do sif enfim uma vida sacrificada não se justifica tanto sacrifício por um sonho de criança que virou pesadelo!!!!Os caminhões com ishift, optcruiser,etc.e o salário continua no tempo das carroças!!!

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  8. Sou carreteiro a 20 anos ... Trabalhei em diversos setores do transporte ... Carga seca... Combustível... Carreta frigorifica... Caçamba... Truk... Carreta ls.. Baú... Sete eixos ... Nove eixos... Vasculante...gaiola de boi de porco ... Ai da sou carreteiro e sem perspectiva de sair da profissão !!! Minha experiência de profissional diz que esta profissão e ruim... Fraca... Deprimente... Que puder aprenda outra coisa ... Profissaozinha sem futuro !! Fica a dica ...

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  9. Faltou abordar a exigência do profissional não possuir restrições no nome.

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  10. O problema é a falta de respeito das empresas que não fornecem o mínimo de dignidade para com a nossa classe. Temos os curso sabemos ópera tecnológica mais oque adianta se as empresas não te respeita. Aconselho a todos a procurar outra profissão, pq só assim irão valorizar nos motorista de todo o Brasil .

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  11. Baixo salário é o principal ninguém vai encentivar alguém a entrar numa profissão pra ser cada dia mais esprorado

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  12. Baixo salário é o principal ninguém vai encentivar alguém a entrar numa profissão pra ser cada dia mais esprorado

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  13. Quem vai dar investimento de 300 a 800 mil na mão de alguém sem experiência de descer serra? Ou subir serra?... para vcs conseguir essa oportunidade não basta ficar porta em porta da chance... da chance... vc tem que fazer amizade com outros profissionais perguntar muito... e viajar com amigo sem ganhar nada em troca para treinar... outra coisa muriçoca tem muita diferença de carreta então aos novatos busquem conhecimento seja humilde assim vc pode chegar lá... caso contrário fica aqui se lamentando como muito que quer na boca... abraços a todo tudibomm

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